O pecuarista Leônidas, de Glória de Dourados, na região central do estado do Mato Grosso do Sul, enviou uma dúvida ao Giro do Boi sobre degradação de pastagem formada com Brachiaria decumbens. Para auxiliar o criador, o Giro do Boi levou sua consulta até o engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, além de autor do livro Pastagem Sustentável de A a Z.
“Você tem uma Brachiaria decumbens degradada. A pergunta é: seu pasto está gramado, ainda existe a Brachiaria decumbens? Porque se existir, se não tiver mistura com gramão ou uma outra gramínea inferior, vale a pena você recuperar a sua pastagem. Outra coisa: nenhum pecuarista deve procurar adaptar a gramínea ao solo. A gente tem que trabalhar no sentido inverso – tem que melhorar o solo para trabalhar com as melhores gramíneas. Este é o caminho para se ter uma boa remuneração, para se ganhar na pecuária”, recomendou Pires.
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“Você está na sua propriedade talvez com a gramínea mais tolerante à baixa fertilidade. Se a Decumbens está sofrendo, não está indo bem na sua propriedade, significa que o seu solo, infelizmente, está chegando no fundo do poço”, alertou o agrônomo.
Por esta razão, Pires disse que é fundamental o produtor iniciar a recuperação de pastagem enquanto ele ainda tem tempo, antes de a reforma completa se tornar a única solução. “Faça uma análise de solo, colete amostra, mande para um laboratório. Faça a calagem que tenha que ser feita porque, com certeza, vai dar acidez. Veja se tem compactação no seu solo. Seu solo deve estar muito pobre em fósforo. Comece um trabalho, você não precisa fazer tudo isso em um único ano”, ponderou o consultor.
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O agrônomo disse que o pecuarista pode, por exemplo, fazer a calagem ainda neste ano e no próximo ano executar a fosfatagem e assim sucessivamente melhorando a fertilidade de seu solo. De acordo com Wagner Pires, ter um solo fértil é fundamental para a rentabilidade sobretudo das pequenas propriedades.
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Ainda em sua resposta, o especialista respondeu ainda dúvida do produtor sobre o plantio de Tifton. Para Pires, o pecuarista não deve pensar nesta possibilidade neste momento porque o Tifton é uma das gramíneas de maior exigência de fertilidade do solo, então, caso queira formar piquetes com esta forrageira, o produtor precisa corrigir seu solo antes. Do contrário, em dois anos a gramínea já desaparecerá de sua fazenda pela falta de nutrientes.
Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de pastagens, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].
Confira a participação completa de Wagner Pires no vídeo a seguir:
Foto ilustrativa: Secom / Tocantins