SUSTENTABILIDADE

40% dos pastos brasileiros já sequestram carbono e não emitem, diz CEO da Athenagro

Pesquisas indicam que 50 milhões de hectares estão acumulando mais carbono do que o gado emite, e produtor deve investir para manter essa performance

Maurício Palma Nogueira, engenheiro agrônomo e CEO da Athenagro (Foto: Reprodução/Giro do Boi).
Maurício Palma Nogueira, engenheiro agrônomo e CEO da Athenagro (Foto: Reprodução/Giro do Boi).

A pecuária brasileira possui um trunfo inquestionável na agenda global de sustentabilidade: 40% dos pastos brasileiros já estão sequestrando carbono da atmosfera, e não emitindo.

Essa constatação, baseada em estudos da Embrapa e da Esalq, desmistifica o preconceito contra o setor e consolida a pecuária tropical como uma solução climática.

Em entrevista ao Giro do Boi, o engenheiro agrônomo e CEO da Athenagro, Maurício Palma Nogueira, afirmou que o Brasil tem no mínimo 50 milhões de hectares de pastagens que estão acumulando mais carbono do que o bovino emite.

Segundo ele, a chave para esse sequestro é o manejo e a aceleração da curva de produtividade, que tem sido “fantástica” e, muitas vezes, subestimada por análises que não interagem com a realidade do campo.

Confira a entrevista completa:

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Evolução da pecuária: da importação à liderança global

A pecuária nacional passou por uma revolução. Na década de 1980, o Brasil importava carne bovina (inclusive da União Soviética). Nos anos 2000, o país se tornou o maior exportador global e, segundo a Datagro, em 2027, deve se tornar o maior produtor mundial de proteína vermelha, ultrapassando os Estados Unidos.

  • Números de 35 anos: a área de pastagem caiu 15% (mais de 30 milhões de hectares a menos). O rebanho aumentou 30%, e a produção de carne aumentou 200% no mesmo período.
  • Causa da produtividade: esse avanço se deve à aceleração tecnológica, ao uso crescente de grãos, DDG e WDG, e à intensificação da atividade com semiconfinamento e Terminação Intensiva a Pasto (TIP).

Pastos brasileiros na COP 30: solução para o mundo

O Brasil possui a solução para os maiores problemas globais, e a mensagem que deve ser levada à COP 30, em Belém, é a de que a pecuária não é um problema, mas parte da solução.

  • Pasto degradado vs. produtivo: é crucial diferenciar pasto degradado de pasto de baixa produtividade. Mesmo em pastos piores, é preciso ultrapassar um limite de degradação para que a área seja mais emissora do que sequestradora de carbono.
  • Sustentabilidade holística: sustentabilidade vai além do ambiental, englobando aspectos sociais e econômicos. A alta produtividade e o profissionalismo do pecuarista — que já sabe como recuperar e fertilizar pastagens — colocam o Brasil na vanguarda da agropecuária regenerativa tropical.

O conhecimento que o Brasil possui sobre a produção sustentável pode, se replicado em outros países tropicais, ajudar a resolver “a fome, resolver guerra, resolver conflito”, segundo o especialista.

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