Especialista alerta produtores que compram gado de reposição, pois as sementes das invasoras são transportadas pelo rúmen do animal; roçadas também podem agravar o problema
No programa desta quarta-feira, 21, o Giro do Boi levou ao ar entrevista realizada durante a Beef Expo, que aconteceu em São Paulo no início de junho. Alcino Ladeira Neto, que é engenheiro agrônomo e pesquisador da linha de pastagens da Dow, foi quem trouxe informações relacionadas a degradação dos pastos.
Ladeira afirma que, no Brasil, a lotação média em cerca de 170 milhões de hectares é de 0.8 a 0.9 UA/HA (unidade animal/hectare). Um número muito inferior se comparado com a pecuária colombiana, que produz 10 UA/HA/ANO. Uma das principais causas é a infestação por invasoras, termo conhecido como “juquira”. A vegetação é de difícil remoção e rouba nutrientes, luz e espaço das pastagens. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) somente as espécies venenosas e tóxicas, 75 já catalogadas, podem causar a morte do rebanho.
De acordo com o especialista, que há mais de 40 anos estuda soluções para combater às invasoras, as roçadas, que muitos enxergam como solução, podem agravar o problema na fazenda. Outro fato curioso, e um ponto de atenção para pecuaristas que fazem reposição de gado, é a necessidade de realizar um manejo de precaução. As novas aquisições de gado magro, deverão ficar em jejum por um período de 48 horas e serem isoladas do pasto.
É que no rúmen podem existir sementes de invasoras, possíveis de serem transferidas através do esterco do animal.
Alcino Ladeira dá as dicas para o combate da “juquira”. Confira no vídeo.