Veterinário lista três pilares para manter a tropa sadia e produtiva

Segundo especialista, um dos maiores problemas no manejo da tropa é criá-la juntamento ao bovinos, o que pode ser perigoso para a saúde dos animais; veja o que evitar e quais os pontos de atenção

O Giro do Boi desta terça-feira, 09, recebeu o médico veterinário e gerente de equídeos da Tortuga DSM, Ricardo Moraes. Ele foi ao estúdio do programa para apresentar a relevância do setor para o agronegócio brasileiro e repassar dicas de manejo, sobretudo nutricional, para manter a tropa sadia e produtiva.

Segundo Moraes, estudo recente publicado em 2016 apontou que o Brasil detém um rebanho de 5 milhões de equinos. Somados os asininos e muares, o rebanho chega a 7,5 milhões de animais, um complexo que movimenta anualmente R$ 16 bilhões, sendo R$ 8,5 bilhões quando se trata somente dos cavalos de lida.

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Tendo em vista a importância deste setor, a Tortuga DSM criou uma frente de trabalho destinada aos cuidados com a tropa, a Cavalaria. A ideia é que assistentes técnicos comerciais de gado de corte estejam capacitados para repassar dicas básicas de cuidados com os equinos.

“Cavalo é uma espécie muito sensível. Você não pode errar com cavalo. Os erros costumam ser fatais. Por isso, quanto mais nos aproximarmos da natureza, melhor será a vida desse cavalo”, declarou Moraes durante a entrevista.

Segundo o gerente, um dos principais erros dos pecuaristas no manejo da tropa é criá-la juntamente aos bovinos.

“Alguns cavalos são criados juntos com o gado de corte e não pode. Devem estar separados, pois requerem cuidados especiais. Alguns aditivos podem ser fatais e é importante que se separe, que haja cochos específicos. Uma simples cerca pode resolver um problema”, apontou Moraes, lembrando que um dos aditivos que podem ser fatais à tropa, por exemplo, é a monensina.

Na entressafra, período por qual passa boa parte do Brasil central, a oferta de silagem de milho, que é normalmente utilizada, precisa de cuidados específicos também.

“A comida mais barata e a mais importante é o capim, mas, na entressafra, o produtor pode lançar mão da silagem, principalmente de milho. Não é o ideal, mas com o manejo correto pode ser utilizada com sucesso. Porém, quando se oferece esta silagem, não se pode utilizar mais que 1% do peso vivo. Por exemplo, um cavalo de 500 kg pode comer no máximo 5 kg por dia. Se você viu que o cavalo comeu e sobrou no cocho, passe e retire porque esta silagem, se ingerida posteriormente, pode causar fermentação gástrica e complicação para o resto da vida desse animal”, alertou o médico veterinário.

Moraes aproveitou a conversa ainda para listar os três pilares dos cuidados com a tropa:

1 – Atenção para a qualidade da água, que deve estar sempre limpa e fresca;

2 – Foco nas condições de pastagens, que precisam ter qualidade, visto que os equinos pastam entre 18h a 20h por dia;

3 – Mineralização adequada, sabendo que a lida exige reposição adequada à energia gasta durante o dia;

Veja abaixo a entrevista do médico veterinário Ricardo Moraes na íntegra ao Giro do Boi:

 

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