A seleção de touros para cruzamentos é uma decisão crucial para pecuaristas que buscam maximizar a produtividade e adaptar seus rebanhos às demandas do mercado. Alessandro Figliero, de Mata, no Rio Grande do Sul, enfrenta essa escolha e questiona a combinação de novilhas sangue Braford, Brangus, Red Angus, e Devon com touro Bonsmara. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações detalhadas.
Com uma experiência prática adquirida ao lado do pai na lida campeira, Alessandro agora caminha independentemente em seu negócio pecuário e pondera sobre as melhores opções de cruzamento. Para esclarecer, consultamos o zootecnista Alexandre Zadra, referência em genética bovina e cruzamento industrial.
Zadra destaca que, antes de decidir, é fundamental compreender o mercado-alvo. No Sul, há uma alta demanda por bezerros pretos, muitas vezes influenciados pelo sangue Angus, ou vermelhos, favorecendo a cruz com Hereford.
Se o foco de Alessandro é atender esse mercado, o Brangus surge como uma excelente opção, produzindo bezerros pretos com boa adaptabilidade para o inverno rigoroso e verões secos da região.
Cruzamento e adaptação às condições climáticas
Ao utilizar o Bonsmara, Alessandro pode esperar uma heterose máxima, especialmente vantajosa em rebanhos com características diversificadas.
O Bonsmara, com sua resistência e adaptabilidade, produz bezerros com pelagem vermelha em linhagens vermelhas e cerca de 60% de pretos em um gado predominantemente preto.
Essa heterose resulta em animais padronizados e bem adaptados ao clima do Rio Grande do Sul, com o equilíbrio perfeito entre cobertura de pelos no inverno e conforto térmico no verão.
Além disso, Zadra menciona que o uso de Brangus sobre a novilhada europeia que Alessandro possui resultará em bezerros predominantemente pretos, alinhando-se bem às preferências de mercado. Os rebanhos aproveitam ao máximo a genética europeia enquanto continuam protegidos pela adaptabilidade dos taurinos.
Considerações finais e opções de raças alternativas
Ao ponderar sobre o uso de Bonsmara, Zadra aponta que é uma escolha estratégica, gerando padronização em campos mais heterogêneos.
Alternativas como o Montana também são viáveis, especialmente o Montana preto, que combina 50% de genética europeia com taurinos adaptados, oferecendo outra via para alcançar bezerros pretos e resistentes.
Alessandro deve considerar tanto as especificidades de mercado quanto a adaptabilidade genética ao decidir sobre seu plano de cruzamento. Com uma abordagem equilibrada, utilizando a experiência e os conselhos de especialistas, é possível maximizar a eficiência produtiva e obter o máximo retorno do investimento no seu rebanho.
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