O professor Iveraldo Dutra, um dos principais especialistas em infectologia animal da Unesp de Araçatuba, destaca as 10 doenças mais temidas no rebanho brasileiro, abordando suas causas, consequências e estratégias de prevenção. Assista a entrevista abaixo na íntegra para os detalhes de cada enfermidade do rebanho.
A sanidade bovina é um dos pilares fundamentais para garantir a produtividade e o sucesso da pecuária. A negligência neste aspecto pode resultar em perdas inestimáveis, mesmo que o custo para manter a saúde animal seja inferior a 5% dos custos totais de produção.
Começando pelo botulismo, uma intoxicação decorrente de toxinas em carcaças e água estagnada. A suplementação mineral e a vacinação eficaz são essenciais para prevenir essa doença, que pode causar alta mortalidade.
A raiva, transmitida principalmente por morcegos, exige vigilância contínua e vacinação, sendo uma zoonose que também pode afetar humanos.
Clostridioses e riscos neurológicos no gado
O carbúnculo sintomático é outra clostridiose crucial a ser combatida, afetando gado jovem e bem alimentado. A vacinação regular é fundamental.
A vaca louca, enquanto rara, possui um impacto significativo no comércio internacional, exigindo vigilância e diagnóstico precoce em casos de sintomas neurológicos.
A pneumonia é uma preocupação especial em confinamentos, pois condições de estresse favorecem surtos. A implementação de práticas de manejo adequadas e vacinas ajudam a controlar sua incidência. Já a cisticercose, muitas vezes negligenciada, resulta de práticas sanitárias inadequadas entre trabalhadores rurais, reforçando a necessidade de educação e saneamento.
Parasitas e doenças endêmicas
Verminose é uma das doenças de maior impacto, causada por parasitas intestinais que comprometem o desenvolvimento dos animais. Programas de desverminação e gestão de pastagens são essenciais para mitigar seus efeitos.
Carrapatos, transmissores da tristeza parasitária, precisam ser controlados para evitar anaplasmose e babesiose, ambas fatais se não tratadas a tempo.
A diarreia bovina viral é responsável por altas taxas de mortalidade de bezerros, especialmente nos primeiros meses de vida.
Soluções incluem desde o controle ambiental até práticas de manejo que garantam imunidade precoce nos animais. Por último, a brucelose, uma doença reprodutiva significativa, pode ser evitada com vacinação obrigatória e testes regulares, visando erradicação através de saneamento adequado.
Implementação de boas práticas sanitárias
Para todas essas enfermidades, a implementação de um programa sanitário abrangente, adaptado a cada bioma e às especificidades das fazendas, é crucial.
Os avanços tecnológicos e o conhecimento científico disponível permitem que os pecuaristas adotem medidas eficazes para a promoção de saúde animal.
Diante das mudanças no cenário sanitário, como a retirada da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa em algumas regiões, torna-se essencial que os pecuaristas assumam a responsabilidade de manter rotinas de controle rigorosas. Assim, é possível garantir não só a boa saúde dos rebanhos, mas também acesso a mercados exigentes que prezam pela segurança e qualidade da carne.
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