No evento Confinar 2024, realizado em Campo Grande, MS, um dos temas mais debatidos e de alta audiência no Giro do Boi foi o manejo de pastagem. A correta gestão deste recurso pode parecer óbvia, mas continua sendo um grande desafio nas propriedades rurais do Brasil. Sila Carneiro da Silva, professor da ESALQ/USP, abordou esse assunto e destacou a importância de ajustes simples que podem revolucionar a pecuária nacional. Assista ao vídeo abaixo e saiba como aproveitar bem os pastos da fazenda.
Apenas ajustando adequadamente o ponto de entrada e saída do gado nas áreas de pastagem, é possível aumentar em cerca de 30% o desempenho animal e incrementar a taxa de lotação da fazenda em mais de 50%.
“A redução do ciclo de produção dos bovinos com uma recria mais curta e eficiente, e uma terminação cada vez mais profissional, depende crucialmente do manejo de pasto.”
Sila Carneiro da Silva
Sabendo ler o pasto
O manejo adequado começa com a capacidade de “ler” o pasto, entendendo sua estrutura e comportamento ao longo do ciclo de crescimento.
“O pasto fala com você.”
Sila Carneiro da Silva
Conhecer os momentos corretos de colheita e crescimento da planta, e ajustar a frequência de pastejo, é fundamental.
“A altura é um indicador chave. E traduzir a condição luminosa do pasto em termos práticos de altura facilita a comunicação com o produtor no campo.”
Sila Carneiro da Silva
Problemas comuns no manejo de pastagem
Um dos maiores erros cometidos é a inadequada colheita da forragem — tanto super quanto subutilização. Se o pasto passa do ponto, gera resíduos velhos e talos difíceis de serem aproveitados pelo gado.
Se é superpastoreado, o gado remove as folhas essenciais, sobrando apenas talos, prejudicando tanto a qualidade da forragem quanto a saúde do pasto e dos animais.
Soluções simples e impacto significativo
A transformação de um ciclo vicioso em virtuoso requer ajustes no manejo de colheita, entrada e saída dos animais.
“Deixar um resíduo generoso de folhas para a planta garante uma dieta boa para o animal e um rápido retorno do pasto com forragem jovem.”
Sila Carneiro da Silva
Isso não só aumenta a produção e a produtividade, mas também a lucratividade da fazenda.
Vantagens ambientais
Além dos ganhos produtivos e econômicos, um bom manejo de pastagem ajuda na redução da pegada de carbono. Plantas manejadas corretamente sequestram mais carbono, retêm mais matéria orgânica no solo e proporcionam serviços ecossistêmicos importantes.
“A boa colheita e o manejo correto da pastagem aumentam a produção de forragem, a produtividade animal e reduzem emissões de gases de efeito estufa.”
Sila Carneiro da Silva
Conclusão
Com pequenos ajustes no manejo de pastagem, é possível alcançar grandes resultados na pecuária brasileira.
Adotar práticas corretas não só aumenta a eficiência e a lucratividade das propriedades, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental.
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