De acordo com um estudo recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apoiado pela Embrapa Alimentos e Territórios, o mundo está desperdiçando mais de 1 bilhão de refeições por dia, um fato que tem implicações severas não só para a economia global, como também para as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e o aumento da poluição. Assista ao vídeo abaixo e confira.
O relatório foi divulgado durante o evento do Dia Internacional do Resíduo Zero, destacando a urgência de abordar esta questão crítica.
Escala do desperdício dos alimentos e seus impactos
Em 2022, os domicílios ao redor do mundo desperdiçaram alimentos suficientes para gerar 1,05 bilhão de toneladas de resíduos, incluindo partes não comestíveis dos alimentos.
Esse volume representa quase um quinto de todos os alimentos disponíveis para consumo. A pesquisa destacou que a maior parte desse desperdício, cerca de 60%, ocorre no âmbito doméstico, com os serviços de alimentação e o setor de varejo contribuindo com 28% e 12%, respectivamente.
Legislação e medidas de controle
Apenas quatro países do G20, além da União Europeia, possuem estimativas de desperdício alimentar detalhadas o suficiente para monitorar os progressos em direção ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3, que visa reduzir pela metade o desperdício de alimentos até 2030.
Os dados revelam que o desperdício de alimentos domésticos é um problema global, com apenas uma diferença de 7 kg per capita entre países de alta e média-baixa renda.
Contribuição brasileira e lojas de compromisso
No Brasil, um estudo piloto realizado no Rio de Janeiro identificou que cada pessoa desperdiça cerca de 94 kg de alimentos por ano no consumo doméstico.
Gustavo Porpino, pesquisador da Embrapa que revisou o índice, observou que mesmo em bairros de classe média baixa o desperdício é significativo, indicando que o problema transcende barreiras econômicas.
Soluções propostas e ações futuras
O relatório do PNUMA sugere que ações sistemáticas por meio de parcerias público-privadas (PPPs) poderiam ser uma estratégia eficaz para reduzir o desperdício de alimentos.
Essas parcerias teriam o potencial de identificar bloqueios, desenvolver soluções práticas e precipitar o progresso necessário para enfrentar este desafio global.
No Brasil, a implementação de programas inovadores em feiras livres e supermercados está sendo explorada para melhorar o gerenciamento de resíduos orgânicos e aumentar a conscientização sobre o desperdício de alimentos.
Solução está no envolvimento de governos, setor privado e comunidades
O problema do desperdício de alimentos é extenso e complexo, exigindo uma abordagem coordenada que envolva governos, setor privado e comunidades.
A redução significativa do desperdício não só ajudaria a combater a fome e a insegurança alimentar, mas também reduziria o impacto ambiental associado à produção de alimentos não consumidos.
Com esforços contínuos e colaboração internacional, há esperança de que este desafio possa ser significativamente diminuído nas próximas décadas.
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