Já imaginou gastar 250 quilos de dieta para por apenas 1 arroba no gado? No universo pecuário, a eficiência alimentar e o manejo nutricional adequado são fundamentais para a obtenção de carcaças de qualidade. Uma dieta de terminação mal dimensionada, rica em energia e com tempo de permanência excedente no cocho, pode resultar em animais obesos, com excessiva cobertura de gordura. Assista ao vídeo abaixo e confira este alerta.
Este cenário, além de aumentar consideravelmente os custos para o produtor, gera prejuízos significativos para a indústria frigorífica, que acaba não aproveitando os cortes da melhor maneira.
Em recente entrevista, o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), no município de Colina (SP), discutiu as implicações da obesidade em gado, especialmente em novilhas cruzadas F1.
A APTA está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Siqueira enfatiza que a reincidência de casos de obesidade no gado está diretamente ligada a uma dieta de terminação inadequada e aponta para a necessidade de ajustes tanto na recria quanto no tempo de confinamento.
Solucionando o problema de gordura em excesso no gado
De acordo com Siqueira, a solução para o problema de excesso de gordura em gado passa necessariamente pela adequação do manejo alimentar.
Diminuir o tempo de permanência no cocho e investir em uma recria intensiva em pasto pode ser mais vantajoso.
“Provavelmente nessa fase final aí ele tá gastando mais de 250 quilos de dieta para colocar uma arroba então é extremamente inviável pro produtor. Então ele está gastando mais de 250 quilos de matéria seca para por 1 arroba no gado. Pensa o custo de sua dieta e veja se isso se paga.”
É fundamental que os produtores tenham em mente que o custo de adicionar uma arroba ao peso do gado pode superar os 250 quilos de dieta, um valor exorbitante que não se justifica economicamente.
Ferramentas e estratégias para o manejo adequado
Siqueira sugere o uso de ferramentas como a ultrassonografia no início do confinamento para prever o tempo ótimo de engorda dos animais e evitar a obesidade.
Além disso, é vital que os produtores estejam atentos às informações detalhadas dos romaneios de abate, observando não somente o peso e rendimento, mas também o percentual de animais em cada nível de acabamento.
Impacto econômico e na indústria frigorífica
O impacto econômico de uma dieta inadequada vai além do custo direto com a alimentação; afeta a lucratividade do produtor e gera prejuízos para a indústria devido ao desperdício potencial de cortes de carne.
A indústria frigorífica enfrenta desafios ao processar animais com excesso de gordura, o que, por sua vez, reflete sobre o consumidor final, que pode ter acesso limitado à carne de qualidade.
Busca pela eficiência e sustentabilidade na produção pecuária
A entrevista com o Dr. Gustavo Rezende Siqueira traz à tona uma discussão relevante sobre a eficiência e sustentabilidade na produção pecuária.
O manejo nutricional do gado não só influencia a saúde e bem-estar animal, mas também determina a viabilidade econômica do setor e a qualidade do produto final disponível ao consumidor.
Portanto, a precisão nas estratégias de alimentação e a busca por soluções tecnológicas, como a ultrassonografia, apontam o caminho para superar desafios e maximizar os resultados na pecuária de corte.
O pesquisador destacou ainda dois eventos importantes para o melhor desenvolvimento da pecuária: o primeiro o Beef Day e o Configem. Acesse os links e participe.