SANIDADE ANIMAL

Fasciolose hepática reduz em até 25% o GMD do gado. Saiba como preveni-la

Confira a entrevista com o médico veterinário Leandro Silva, coordenador de território da Boehringer Ingelheim. Ele dá dicas para o controle de doença que pode até matar o gado

Já ouviu falar na doença fasciolose hepática? Se não ouviu, é bom ficar de olho, produtor. O mal está se espalhando em diversos pólos de pecuária de corte do País e pode reduzir em até 25% o ganho médio diário (GMD) dos animais. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa doença.

O Giro do Boi desta quarta-feira, 19, conversou com o médico veterinário Leandro Silva, coordenador de território da Boehringer Ingelheim.

“A doença pode estar causando um prejuízo silencioso nas propriedades, e às vezes, o produtor só a descobre no abate do gado, no frigorífico”, diz Silva.

Ele deu importantes detalhes de como está a fasciolose hepática, além de como deve ser feito o manejo para o controle da doença na fazenda.

O que causa a fasciolose hepática no gado?

Detalhe de figado bovino com vermes Fasciola hepatica. Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim
Detalhe de figado bovino com vermes Fasciola hepatica. Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim

A fasciolose hepática é uma infecção causada por um parasito conhecido cientificamente por Fasciola hepatica. Popularmente é conhecido pelos nomes de barata-do-fígado, baratinha-do-fígado, dúvia e saguaipé.

Trata-se de um verme achatado que pode apresentar coloração avermelhada ou acinzentada. Ele parasita os canais biliares de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e, raramente, os humanos.

Como é o ataque do verme nos bovinos?

Ciclo da fasciolose hepática. Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim
Ciclo da fasciolose hepática. Foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim

Nos bovinos e ovinos, principalmente, o verme se aloja no fígado dos animais, causando destruição de tecidos, insuficiência hepática e emagrecimento.

Nas infecções agudas, a Fasciola hepatica causa anemia, diarreia sanguinolenta e, dependendo da gravidade, a morte dos animais.

No entanto, antes de se infectar os bovinos, o verme fica num hospedeiro intermediário, que é o caramujo.

Os ovos do parasito são expelidos nas fezes e a fase larvária se desenvolve no caramujo, encontrado comumente em terrenos alagadiços.

Disseminação da fasciolose hepática pelo Brasil

O mais recente trabalho científico, de 2014, divulgado na Revista do Instituto de Medicina Veterinária Tropical de São Paulo, mostra que a incidência é maior no Rio Grande do Sul.

O estudo destacou que 14,39% dos animais avaliados em frigoríficos tinham a doença.

“É uma situação que o produtor precisa levar mais a sério pois a doença está impedindo que o produtor aproveite o potencial máximo de seu gado. É como se estivessem pilotando uma Ferrari com o freio de mão puxado”, diz Silva.

Além do Rio Grande do Sul, a fasciolose hepática está bem presente em fazendas em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Como deve ser feito o controle da fasciolose?

O controle é feito com a aplicação de anti-helmínticos específicos  fasciolicidas, combate aos caramujos e drenagem das áreas alagadiças.

Para isso é importante o acompanhamento do gado com exames parasitológicos periódicos feitos em laboratórios para detectar os ovos nas fezes dos animais.

A recomendação é traçar formas de controle preventivo para que a fazenda não perca. 

Produtos com composto por ivermectina a 1% mais clorsulon a 10% é o indicado para tratamento e controle dos principais parasitas internos. Confira a entrevista na íntegra para a recomendação completa.