Em evento, pesquisadores apresentaram para técnicos e produtores como utilizar corretamente a leguminosa
Um dado impressionante assola o pecuarista brasileiro. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 80% das fazendas têm alguma degradação na pastagem. O problema compromete o desempenho do animal e prejudica a rentabilidade da produção.
O Brasil é o país que mais produz carne usando como dieta o capim. Para minimizar a deficiência, a Embrapa pesquisa algumas soluções, entre elas o feijão guandu BRS Mandarim. Ele possui um alto potencial para alimentação animal, adubação verde e recuperação de pastagens degradadas.
A forrageira foi o tema de um curso realizado neste mês pela Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). O evento foi dividido em duas partes: pela manhã os pesquisadores do órgão, Rodolfo Godoy e Patrícia Anchão, falaram sobre as características do cultivo, formas de adubação e as vantagens da utilização da espécie para recuperação das pastagens degradadas. No período da tarde, os alunos conheceram a Unidade Demonstrativa e participaram de uma dinâmica de plantio e roçada.
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Fotos: Julia Mascarelli
Os produtores demonstraram interesse para a prática da utilização correta da leguminosa. “O curso foi ótimo, todas as vagas foram preenchidas e o pessoal foi bem participativo, tanto na parte teórica, como na prática”, disse Godoy ao site do Giro do Boi.
Em sua palestra, o pesquisador confirmou que a principal característica do BRS Mandarim é a sua produtividade no período da seca. Em ensaios de laboratório, a forrageira sempre produziu mais raízes que a Fava Larga, outra espécie difundida, em solos com alto grau de compactação.
Em entrevista à assessoria do órgão, o proprietário rural Marcelo dos Santos, de Itapetininga, interior de São Paulo, disse que a avaliação econômica apresentada durante a capacitação foi importante para sua decisão de implantar o guandu em sua propriedade. “O plantio da leguminosa reduz a necessidade de manejo, apresenta boa qualidade de forragem e, acima de tudo, é mais viável economicamente. Quanto mais a gente planta, mais a gente ganha, isso é ótimo para o produtor”.
A Unipasto
A Unipasto é uma associação para o fomento à pesquisa de melhoramento de forrageiras, que tem o objetivo de representar o setor de sementes junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa Pecuária Sudeste e outros órgãos governamentais.