Um estudo de pesquisadores está desenvolvendo uma seleção reprodutores baseado em provas de avaliação dos reprodutores a campo. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.
Nesta quarta-feira, 4, o Giro do Boi levou ao ar mais uma reportagem da série Embrapa em Ação, desta vez da temporada Embrapa Pecuária Sul.
Desta vez, destaque para o trabalho da unidade de pesquisa em seu centro de avaliação de jovens reprodutores. Em suma, a instituição trabalha com a seleção de “touros para toda obra” das raças Angus, Braford, Devon e Hereford.
Quem falou sobre o assunto em entrevista foi o administrador e mestre em extensão rural Roberto Collares, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.
Touros mais adequados
Conforme disse Collares, o centro tem a finalidade de identificar, junto às associações de raças, tourinhos que mais de adequam ao trabalho no ambiente que vão enfrentar.
“Então o que se buscar nesta avaliação a campo, que nós chamamos de PAC (provas de avaliação de campo)? Avaliar esses animais em seu habitat. […] O que se faz aqui é trazer todos ao mesmo ambiente, mesma pastagem. Assim, o grande interesse aqui é que os animais que vêm para cá passam pela avaliação nas quatro estações. Nós temos um inverno rigoroso com muito frio, muito vento, o nosso vento minuano congelante. Muita geada, muito frio, muita chuva. Nós temos primavera-verão. E temos um verão extremamente quente, que chega a temperaturas que beiram os 37º C, até perto dos 40º C. Portanto, esses animais passam por esse desafio”, contextualizou.
Metodologia do estudo da Embrapa
Segundo o pesquisador, os tourinhos passam passam por uma avaliação que utiliza uma metodologia moderna desenvolvida pela própria Embrapa.
“Os animais são avaliados pelas suas características. […] O ganho de peso, a área de lombo, perímetro escrotal, espessura de gordura, a questão fenotípica, pureza racial, pelame. Essas questões todas passam por avaliação. Depois, isso vai para dentro de um programa em que a Embrapa apresenta uma metodologia com os valores para cada característica dessas”, disse em resumo.
Posteriormente, as avaliações da Embrapa passam por análises dos técnicos das associações de raça. Algumas dessas características podem ter alguma pequena variação dependendo do interesse da associação.
“Nós vamos contribuir para chegar nos animais que a associação entende que seja o padrão daquela raça, a busca do mercado por aquela raça. Esse é o trabalho que é feito aqui na Embrapa inicialmente”, reforçou.
Reprodutores de muita serventia
De acordo com Collares, as informações seguem, ainda, para o banco de dados da Embrapa.
“E isso serve aos produtores, aos criadores. Essa informação, essa acurácia, ele vai lá buscar naquele animal que passou por avaliação. Tanto que nos remates das cabanhas, os animais avaliados pela Embrapa que vão a remate são os de preço mais elevado”, destacou.
Classificação de touros
Anualmente, a Embrapa seleciona três ou quatro indivíduos de um grupo de até 30 tourinhos para classificá-los como elite.
Juntamente com esse crivo, os jovens reprodutores vão para as centrais de sêmen e sua genética tem três destinos diferentes.
“Essa coleta de sêmen é dividida em três partes. Uma parte vai para a associação que tem um programa de distribuição desse sêmen, o melhoramento dos seus criadores. Em seguida, outra parte fica na Embrapa e vai para um programa social de melhoria do rebanho bovino da pecuária familiar. Dessa forma, a gente leva esse sêmen para as propriedades e eles depois nos retornam com o ganho de peso dos terneiros e toda melhoria que vão tendo naquela fazenda. Por último, uma parte que fica em nosso banco de sêmen”, contou.
Por último, o pesquisador Roberto Collares recordou ainda sua história junto à Embrapa, que começou em setembro de 1974.
Depois de passagens por unidades no DF, SC e RJ, ele retornou à Embrapa Pecuária Sul. E, em entrevista, emocionou-se ao relembrar sua trajetória e falar do trabalho de seleção genética em que tanto acredita.