Você já se deparou com o boi rejeitando o alimento no cocho? Saiba que antes de levar a boiada do pasto para o confinamento, é bom fazer uma boa preparação e adaptação dos animais. Assista ao vídeo abaixo confira os destalhes dessa técnica.
Esta tem sido uma boa saída, inclusive para estudos científicos que avaliam a dinâmica da produção de engorda e terminação de bovinos no cocho.
“O confinamento é como uma corrida de 100 metros. Por isso, o sujeito tem de entrar aquecido. O desafio no confinamento está cada vez maior. Há muito problema na adaptação animal que muitas vezes refuga cocho”, diz o doutor em zootecnia Flávio Dutra de Resende.
Ele é pesquisador e diretor do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que fica no município de Colina, na região de Barretos.
O pesquisador foi o entrevistado da série de reportagens que mostra as pesquisas da APTA para o desenvolvimento da pecuária brasileira nesta desta quinta-feira, 29.
O boi, do pasto até o confinamento
O alerta do pesquisador é que essa transição do pasto para o confinamento pode levar a grandes prejuízos, se não for feita adequadamente.
Alguns estudos do Polo da APTA em Colina mostraram que animais apresentaram um crescimento de vísceras, fígado, rins, e demais órgãos metabólicos logo nos primeiros dias de confinamento.
“Nós mensuramos isso. Nos primeiros dias do confinamento os animais ganharam cerca de 360 a 370 gramas de crescimento do rúmen, do intestino, e dos principais órgãos metabolismo como o fígado. Não quero isso no confinamento”, diz Resende.
Adaptação de bovinos de corte
Para evitar problemas como esse, o ideal é planejar um momento de adaptação até mesmo antes de levar os animais para o confinamento. Uma das ideias é uma pré-adaptação com o fornecimento de ração para os animais. O período pode variar de 30 a 90 dias.
“Uma recomendação é fornecer 0,3% de ração por peso vivo no cocho, ou mesmo 0,5%, à medida que a qualidade dos pastos vai caindo. Nesse momento eu começo suprir a necessidade dos animais”, diz Resende.
Os efeitos dessa adaptação além de fazer com que os animais não rejeitem o cocho quando estiverem no confinamento, garante animais mais pesados na hora de levá-los para o abate.
“O que queremos é, hoje cada vez mais, e pelo preço da reposição, abater animais mais mais pesados para diluir o custo do ágio da reposição”, diz Resende.