ESTAÇÃO DE MONTA 

Cuidado: escore de vaca a campo precisa estar melhor que fêmea para IATF

Saiba como emprenhar as vacas o mais rápido possível com as dicas do pesquisador José Luiz Moraes Vasconcelos, mais conhecido como professor Zequinha. Assista ao vídeo

Cuidado pecuarista! Sabia que o escore corporal da vaca a campo precisa estar melhor que o escore da fêmea para o protocolo de inseminação artificial por tempo fixo (IATF)? Assista ao vídeo abaixo e saiba o porquê disso.

Nesta terça-feira, 25, o Giro do Boi conversou com o médico veterinário e doutor em zootecnia José Luiz Moraes Vasconcelos, mais conhecido como professor Zequinha.

Ele é pesquisador da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Botucatu (SP), um dos grandes especialistas em reprodução de bovinos no País e integra o time de mentores do Fazenda Nota 10.

Zequinha deu dicas importantes para o pecuarista emprenhar o quanto mais cedo e rápido possível as vacas durante essa estação de monta.

Entre as dicas, a condição corporal da vaca a campo que será coberta pelo touro deve estar a melhor possível. Melhor até do escore corporal de uma fêmea para a IATF.

“Isso porque, a vaca a campo, estará praticamente sozinha. Ela dependerá dela mesma para emprenhar. Já na IATF, a fêmea é bem estimulada”, diz Zequinha.

Força tarefa para emprenhar mais vacas no País

Touro fazendo cobertura de vacas no pasto. Foto: Divulgação
Touro fazendo cobertura de vacas no pasto. Foto: Divulgação

As dicas do especialista vão de encontro com o atual momento da pecuária brasileira, que entra no período de estação de monta.

As estatísticas falam num rebanho de cerca de 80 milhões de vacas que deverão ser inseminadas ou cobertas para a produção de bezerros.

“É a produção de bezerros que fundamenta os ganhos tanto das propriedades de cria, mas da pecuária de corte como um todo”, diz Zequinha.

Quanto maior for a taxa de prenhez da fazenda e a cobertura das fêmeas mais jovens possível, melhores serão os ganhos de uma propriedade de cria.

Cuidados de uma fazenda de cria

Vaca mal nutrida pare bezerro que rende 1,5@ a menos na hora do abate
Vacada nelore com bezerro nelore ao pé. Foto: JMMatos

O pesquisador faz um alerta destacando que o trabalho de uma fazenda de cria é mais delicado do que uma fazenda de recria.

“Numa propriedade de recria, de uma forma ou de outra, se consegue chegar a um nível de ganho de peso, no entanto, numa fazenda de cria, são dois resultados: ou nasce o bezerro ou não”, diz o pesquisador.

Por isso que os cuidados devem ser redobrados com a atenção com o manejo das fêmeas, o escore corporal das vacas, genética e foco na produção de bezerros.

Os grandes desafios para esta estação de monta

Protocolo de inseminação artificial (IA) na fazenda. Foto: Divulgação
Protocolo de inseminação artificial (IA) na fazenda. Foto: Divulgação

O olhar futuro é um dos grandes desafios para as fazendas de cria para esta estação de monta.

“O criador tem de pensar três anos para frente. Por isso ele deve intensificar mais a sua atividade do que ele estava fazendo”, diz Zequinha

Um dos grandes gargalos da atividade é a manutenção de fêmeas que não emprenham na estação de monta. Por isso o pecuarista deve apostar cada vez mais em ferramentas como a IATF para melhorar os índices da fazenda.

O grande fardo que são as vacas que não geram bezerros

Lote de vacas de descarte. Foto: Divulgação
Lote de vacas de descarte. Foto: Divulgação

Atualmente são cerca de 30 milhões de vacas que não geraram bezerros e que são mantidas pelas propriedades. Esses animais trazem muitos prejuízos à pecuária brasileira.

“O produtor precisa entender o porquê ele mantém essa vaca e qual de fato o custo dela”, diz o pesquisador.

A manutenção de vacas desse tipo só tende a piorar o índices zootécnicos das propriedades, além de ser uma forma de manter uma “genética” ruim na propriedade.

Confira na íntegra a entrevista no vídeo acima e saiba como turbinar a produção de bezerros.