A terminação de bovinos em confinamento está ficando cada vez mais turbinada no País. Mais dois boitéis passam a ajudar o pecuarista a acelerar a engorda e abate de gado. Uma unidade já está em operação. Ela fica no município de Vilhena (RO).
A segunda fica em Barra do Garças, no extremo norte de Mato Grosso. O boitel deve entrar em operação entre os meses de maio e junho do ano que vem.
As informações são do administrador de empresas José Roberto Bischofe Filho, gerente de Confinamentos da JBS. Ele esteve no Giro do Boi desta quinta-feira, e falou das novidades para os pecuaristas do País.
Os novos boitéis
A unidade de Vilhena possui capacidade estática para 18 mil animais e deve girar durante o ano até a terminação de 40 mil bovinos.
“É uma estrutura nova, moderna, com fábrica de ração e galpão, tudo novinho, para os pecuaristas e parceiros da região de Vilhena, Chupinguaia e Ji-Paraná, entre outras localidades”, diz Bischofe Filho.
O boitel de Barra do Garças está sendo construído e possui uma capacidade de 40 mil cabeças estático. A previsão é de girar 110 mil bovinos no ano.
Boi jovem, só confinado
O incremento de boitéis no País está em linha com o avanço de uma terminação de gado cada vez mais dedicada a levar para o ganho animais mais jovens.
“Para chegar nesse nível de engorda de 30 meses ou menos, você precisa colocar boia. Precisa colocar comida. Precisa colocar milho, farelo e colocar energia para os animais. Então o confinamento entra com essa estratégia de esculpir o animal nessa fase final e aí você coloca oito a dez arrobas num período que já estamos conseguindo de 110 a 120 dias”, Bischofe Filho.
Confinamento
A crescente demanda do boi China, por exemplo, serviu para que o produtor investisse mais em confinamento. Hoje, com unidades da JBS, que prestam esse serviço, tem produtor que até vem preferindo engordar com uma terminação terceirizada.
Além disso, o pecuarista está cada vez mais apostando no confinamento no País. A estimativa é que o País termine 7 milhões de bovinos neste ano de 2022, segundo dados dos Tour DSM de Confinamento.
O Brasil ainda pode acelerar mais esse processo. Atualmente, os abates de bovinos confinados correspondem a cerca de 23% do rebanho abatido nacionalmente. Muito abaixo de países como a África do Sul e dos Estados Unidos.
“Mato Grosso é o primeiro Estado que vai ficar próximo com a gestão de engorda americana. Isso é por causa das usinas que vem fazendo um processo de álcool de milho, de onde sai o DDG, um subproduto dessa indústria. Então o Estado já está com essa cultura parecida com a dos Estados Unidos de alta intensificação na engorda”, diz Bischofe Filho.