Este ano promete ser marcado por uma seca extrema, especialmente na região Centro-Oeste, no entanto o compromisso da brigada de incêndio da ONG Aliança da Terra é reduzir ao máximo o número de focos de fogo este ano, de acordo com a bióloga Caroline Corrêa Nóbrega, pesquisadora e gerente geral da entidade.
Caroline foi a entrevistada especial do Giro do Boi desta segunda-feira, 16, e falou sobre o grandioso trabalho que ela vem conduzindo para o controle e a prevenção de incêndios em diversas regiões do País.
No ano passado, o time da Brigada da Aliança da Terra e seus voluntários, que conta com o apoio da JBS, atuaram no monitoramento de 9 milhões de hectares, em 23 municípios e com 150 propriedades rurais cadastradas. Eles reduziram 80% dos focos de incêndio em relação ao ano de 2020.
“Muitas dessas áreas nem foram efetivamente em propriedades rurais, mas de contatos que recebemos de diversos municípios para ajudar a combater focos de incêndio, e, que nós prontamente ajudamos”, diz Caroline.
A Aliança da Terra é uma organização que desenvolve projetos para auxiliar na proteção do meio ambiente em harmonia com a produção agrícola e agropecuária. Seja juntando esforços aos produtores no combate aos incêndios florestais, em ações de gestão de reservas naturais ou na proteção de espécies ameaçadas. A entidade foi fundada em 2004 pelos produtores John e Kika Carter.
Trabalho já começou cedo este ano
O trabalho de prevenção e de combate de incêndios, que tende a ser maior em julho, começou mais cedo este ano, segundo a pesquisadora. “Atendemos o primeiro chamado neste mês de maio numa área do nordeste de Goiás. Este ano é prevista uma situação de seca extrema no Centro-Oeste”, diz Carolina.
Por isso o trabalho de formação e capacitação deve continuar em franco crescimento, Segundo a especialista, este ano devem ser treinados cerca de 200 voluntários para atuar no combate de prevenção e controle de incêndios.
Os números da Brigada até agora são de 930 pessoas treinadas, 502 incêndios combatidos, 10 comunidades indígenas apoiadas e uma atuação de 110.000 horas-homem em combate direto.
Preparação para o combate
Além de ter passado pelo treinamento, é importante os produtores terem alguns equipamentos que vão facilitar esse trabalho como sopradores, bombas costais, além de equipamentos de proteção individual (EPIs), como calçados e roupas mais recomendadas para proteger os combatentes.
“A segurança vem em primeiro lugar, então, o ideal é ter os EPIs mais adequados, como um bota de borracha reforçada e uniformes de tecido resistente ao fogo, senão, uniformes feitos de algodão grosso para a proteção”, indica Carol.
Em atividade desde 2009, a Brigada Aliança existe para ser a última linha que separa os incêndios florestais da produção agrícola, das florestas e do cerrado. A iniciativa existe através de uma parceria de treinamento com o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), criando o primeiro programa de treinamento voluntário de combate a incêndios do Brasil.
Confira a entrevista na íntegra: