Mesmo com o anúncio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no final de abril, da suspensão da vacinação no Distrito Federal e em mais seis Estados do Brasil, o ritmo de imunização do rebanho está andando dentro do planejado este ano.
A expectativa é imunizar cerca de 107 milhões de animais em todo o País na primeira etapa de vacinação do gado, iniciada agora, neste mês de maio. No entanto, no ano que vem, bovinos e bubalinos do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal já deixam de ser vacinados.
A meta do governo federal é que até 2026 o País fique livre da imunização, garantindo seu status de livre da febre aftosa sem vacinação perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em francês).
Por enquanto, o calendário está seguindo em ordem nos primeiros da imunização, aberta oficialmente no dia 1º deste de maio e que segue até o dia 31 deste mês, segundo o médico veterinário Emilio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), entidade que reúne as indústrias e empresas que comercializam a vacina.
“A nossa preocupação hoje é atender o pecuarista. Então há motivo para pânico, nem problema e nem desgaste. Estamos à disposição para atender qualquer demanda”, diz o médico veterinário Emílio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
Rumo a 2026
Desde que foi criado em 2017, o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA) tentar emplacar e definir o novo status sanitário do rebanho nacional nos próximos 4 anos. O PNEFA é conduzido pelo governo federal, através do Mapa, juntamento com as autoridades em vigilância sanitária nos Estados.
Para evoluir com esse trabalho, foi decidido dividir o Brasil em 5 blocos:
Bloco 1, formado pelos Estados do Acre, Rondônia e 14 municípios do Amazonas e cinco municípios de Mato Grosso.
Bloco 2, formado pelo Pará, Amapá e Roraima.
Bloco 3, formado pelos Estados do Nordeste, exceto Sergipe e a Bahia.
Bloco 4, formado pelo Distrito Federal e mais 10 Estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Bloco 5, formado por todos os Estados da Região Sul.
Desde o final de maio de 2021, além do Estado de Santa Catarina, que obteve o status de livre de aftosa sem vacinação em 2007, mais seis Estados também conquistaram o status: Os Estados do bloco 5 e do bloco 1. Restando apenas os Blocos 2, 3 e 4.
Inversão de calendário
“Como nós tínhamos uma série de problemas como o manejo e um volume muito justo de vacina, o Ministério tomou a decisão de manter os blocos 2 e 3 com a programação normal, vacinando todo o rebanho em maio e os animais de até dois anos, em novembro”, diz Salani.
Por causa do tamanho do bloco 4, o governo inverteu o calendário, e nessa campanha o pecuarista vacina os animais de até 24 meses agora em maio e, em novembro, vacina o resto do rebanho. “Para acertar a demanda, evitar que façamos a prorrogação de campanha, somado também os ajustes de manejo do produtor, tudo isso culminou com a decisão de o Mapa fazer essa inversão da campanha no bloco 4”, diz Salani.
A expectativa é atingir uma vacinação satisfatória nesta primeira etapa de vacinação que vai até dia 31 de maio, com um alto índice vacinal, e com boas perspectivas também no próximo ano, com parte do bloco 4 deixando de vacinar.
“As unidades da federação atingiram suas metas e prepararam suas estruturas para poder se declararem livres de aftosa sem vacinação. Neste bloco, apenas São Paulo, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro ainda têm alguns detalhes a ajustar e por isso, ainda vacinarão seus rebanhos em 2023”, diz Salani.
A serviço do pecuarista
Os pecuaristas que tiverem dúvidas podem entrar diretamente em contato com Salani no telefone (11) 98292-0082, Luiz Monteiro, também do Sindan, pelo número (11) 94366-6285.
Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: