Nesta sexta, dia 28, o Giro do Boi exibiu entrevista com Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul. Em pauta, os desafios desde que assumiu seu mandato, em agosto de 2021, e os principais fatores que devem influenciar o desempenho do agro em 2022.
Conforme apontou Bertoni, o principal desafio de sua gestão tem sido a preocupação com o clima. Depois de um inverno rigoroso no ano passado, com geadas e perda na safra de milho, agora a falta de chuvas traz certa preocupação para a produção de grãos em MS.
Em seguida, o presidente do Sistema Famasul lembrou que além da agricultura, a pecuária também tem dificuldades a partir das intempéries. A menor disponibilidade de pasto, juntamente com o aumento do custo da sua principal alternativa, que a ração feita a partir de soja e milho, oferecem um cenário complexo ao produtor.
“Na terminação muito se usa ração. E essa ração é vinculada com soja e milho. Então o produtor rural tem que ter a gestão da sua propriedade muito bem feita para não ter prejuízo no final do ciclo do seu boi gordo, do seu bezerro”, salientou.
GESTÃO
Embora a valorização da arroba do boi tenha beneficiado o pecuarista (em 2021 o preço médio subiu cerca de 40% em MS), o aumento dos custos de produção podem dificultar investimentos na atividade. Assim, Bertoni lembrou da importância da gestão pecuária para que o desfrute siga crescendo.
“O pecuarista tem que estar muito atento a isso porque o ano passado ele teve uma valorização. Ele teve um ganho melhor, mas já vinha há muito tempo tendo um ganho muito pequeno e não conseguia investir nas suas propriedades. Porém, no ano passado nós tivemos um aumento da exportação e aí, sim, um ganho real do produtor que começou a melhorar pastagem, fazer conservação de solo. Agora, esse ano é muito preocupante porque o aumento de custo também veio junto com esse lucro. […] Esse aumento chegou e a gestão tem que ser muito bem feita”, sustentou o presidente do Sistema Famasul.
Nesse sentido, Bertoni lembrou das ferramentas que a instituição disponibiliza aos pecuaristas para melhorar a gestão pecuária e superar as barreiras para um bom desempenho da bovinocultura de corte. É o que faz, por exemplo, o programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATEGs). “A gente acompanha, faz levantamentos das propriedades rurais mostrando o melhor caminho para o produtor fazer mais assertivamente o processo todo da sua produção e que ele tenha um lucro no final”, indicou.
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Ao mesmo tempo, a federação oferece boletins técnicos que atualizam previsões do tempo e tendências de mercado para que o pecuarista tenha suporte ao tomar decisões.
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PROJEÇÕES PARA 2022
Em resumo, Bertoni disse que projeta boas notícias para o ano de 2022. Segundo o presidente da Famasul, antes do inverno as chuvas devem oferecer melhores condições nos próximos meses, viabilizando uma boa colheita, sobretudo do milho safrinha. Da mesma forma, as condições do pasto também devem ter reforço, oferecendo uma janela para o pecuarista se preparar para a seca.
SUSTENTABILIDADE
Em sua entrevista ao Giro do Boi, Bertoni celebrou ainda da sanção do projeto de lei que visava a transformação de áreas de banhado das bacias do Rio Prata e Rio Formoso em APPs. De acordo com o presidente da Famasul, a mudança beneficia a população como um todo em forma de preservação ambiental, criando zonas de interesse social sem interferir na produção de alimentos.
Por fim, assista a entrevista com Marcelo Bertoni sobre temas como gestão pecuária, sustentabilidade e expectativas para 2022:
