Nesta terça, dia 1º o Giro do Boi levou ao ar entrevista com Stefan Mihailov, executivo com mais de três décadas de atuação no agro e que integra o Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp. Em destaque, a vocação brasileira para produzir alimentos ao mesmo tempo em que valoriza meio ambiente e bem-estar animal.
Em primeiro lugar, Mihailov reconheceu o esforço dos setor como um todo em meio à pandemia. Nesse sentido, o executivo salientou que o agro garantiu o funcionamento da cadeia produtiva em um cenário com poucas respostas para uma situação complexa.
MEIO AMBIENTE E BEM-ESTAR ANIMAL
Em seguida, Stefan comentou que embora os tópicos estejam em evidência no momento, eles sempre tiveram a consideração dos produtores. “Eu entendo que o pecuarista sempre valorizou o meio ambiente e o bem-estar animal. Nas últimas décadas, as pesquisas trouxeram dados, talvez antes inexistentes, que comprovam o aumento da lucratividade quando se investe em bem-estar animal e no meio ambiente”, ponderou.
De acordo com o profissional, os temas ganharam relevância porque os mercados compradores dos produtos passaram a exigir ações concretas. “E essa nova realidade, entre aspas, porque não é nova, já dita as regras do comércio internacional e será cada vez mais relevante”, projetou.
Portanto, Mihailov reforçou que não é possível mais adiar iniciativas concretas que evidenciem a preocupação com sustentabilidade. “Então não dá mais para pensar em produzir sem incluir na agenda o tema bem-estar animal e sustentabilidade”, constatou.
BEM POSICIONADO
Simultaneamente ao crescimento da preocupação mundial com meio ambiente e bem-estar animal, o Brasil tem privilégio em seu ponto de partida. Conforme analisou o executivo, o país se destaca pelas extensas reservas e sustentabilidade da produção.
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Além disso, o foco na sustentabilidade garante mais do que a boa imagem mundo afora. “Indiscutivelmente os animais em condições que geram bem-estar respondem melhor não só aos medicamentos, mas também no aproveitamento nutricional. Por sua vez, oferece maior produtividade. Por exemplo, a gente pode falar de sombreamento no pasto ou no confinamento, que aumenta o ganho de peso e a produção de leite. […] O resultado econômico do investimento em bem-estar animal é extremamente positivo”, exaltou Stefan.
PRODUZIR MAIS COM MENOS
Enfim, o avanço nas áreas permite que o setor vá ao encontro do que preconiza o mercado mundial. “Produzir mais com menos. Acho que esse tem que ser o norte da produção: maximizar a produção de carne por hectare. Isso, lógico, otimiza o uso dos recursos naturais para a produção de proteínas de origem animal”, comentou.
Entretanto, o produtor deve lembrar que a sustentabilidade não se trata apenas de meio ambiente e bem-estar animal. “Não devemos esquecer o caráter social da atividade, gerando empregos, diretos e indiretos, e alimentando famílias com comida acessível. E também o terceiro tripé, que é o econômico. A gente pode exemplificar pela necessidade do negócio em gerar lucro, permitindo remunerar adequadamente toda a cadeia e garantir também investimentos para a expansão da atividade”, sustentou o especialista.
SAÚDE ANIMAL
Em conclusão, Stefan Mihailov falou ainda sobre seus novos desafios como presidente da Champion Saúde Animal. Acima de tudo, o executivo reforçou que mais que buscar novas soluções, o objetivo é atuar para o uso correto das soluções já existentes. “Saúde animal sem o manejo correto tão pouco irá produzir os melhores resultados”, concluiu.
Por fim, assista a entrevista completa com Stefan Mihailov:
