Nesta segunda, dia 31, foi ao ar mais um episódio da série especial Repórter Nissan, que visita propriedades de destaque no programa Fazenda Nota 10. Desta vez, quem recebeu a equipe do Giro do Boi foi a Rio Corrente Agropastoril, fazenda em Coxim que está se destacando na safra 2021/22.
Conforme lembrou o pecuarista Túlio Ibanez Nunes, a propriedade é de seu sogro e passou pelo processo de sucessão familiar. Como esposo da filha mais velha entre as três herdeiras do proprietário, Nunes buscou capacitação, como o MBA na Esalq, para estar à frente do desafio.
RAIO-X DA FAZENDA
Em seguida, o atual gestor identificou os pontos fracos da propriedade. Nesse sentido, a principal dificuldade era a “hora extra” que gado de corte fazia na fazenda em Coxim. “A gente tinha muita área que precisava ainda mexer. Muito investimento para fazer. Mas eu diria que o gargalo maior nosso é que a gente demorava muito para tirar o boi da fazenda. O boi ficava aqui na fazenda três, quatro, às vezes cinco anos para engordar no pasto. E eu já enxergava isso como um problema.
De acordo com o pecuarista, entrar no Fazenda Nota 10, programa de capacitação em gestão e comparação de resultados, facilitou a compreensão do que precisava mudar. “Quanto menos tempo o animal fica na fazenda, melhor é o giro de estoque, o giro do boi. O boi girando, a gente consegue (lucrar) mais. Então essa foi uma das coisas que eu aprendi com o Fazenda Nota 10”, destacou.
DEFININDO AS METAS
Além disso, Nunes destacou outro ponto essencial de conversão da fazenda em Coxim pelo programa, que eram as metas. Assim, o Fazenda Nota 10 compartilha os índices de referências de propriedades em situação similar para que cada um possa entender seu potencial.
Por exemplo, por conta das mudanças propostas pelo programa, a propriedade saiu de um GMD global médio de 351 gramas no 1º trimestre da safra anterior para 700 gramas na atual. Em síntese, o GMD global compreende o ganho médio diário de todas as categorias no ciclo completo.
Em outras palavras, o zootecnista e líder de projetos do Fazenda Nota 10 Rodrigo Gennari explicou o que a mudança significou para a fazenda em Coxim. “A gente vê o impacto financeiro bem positivo, bem relevante, que é o desembolso por arroba produzida. Eles tiveram uma diminuição de 36% de uma safra para a outra”, destacou.
Ao mesmo tempo, a fazenda em Coxim transformou as mudanças em margem. “O que a gente sempre procura na fazenda é passar essa harmonia entre a produtividade e o financeiro. Sempre caminhar em harmonia para encontrar uma margem atrativa, que é o lucro que a gente espera. Atualmente eles estão muito bem no primeiro trimestre, com 39% de margem. Eles estão superando inclusive as top rentáveis do ciclo completo, que têm 29% de média de margem. […] É uma Fazenda Nota 10!”, reconheceu Gennari.
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PECUÁRIA INTENSIVA
Ao passo que atingia novos patamares de produtividade, a fazenda buscou sistemas de produção mais intensivos. Primeiramente, desenvolveu parceria com os Boiteis JBS em Mato Grosso do Sul. “Então a gente fez muita venda pro boitel em Rio Brilhante, em Terenos em parceria com o Friboi. Agora, esse ano aqui, a gente falou que ia fazer em casa também, não só fora. Aí construímos o confinamento e fizemos o nosso primeiro giro”, contou o gestor da fazenda em Coxim.
BEM-ESTAR ANIMAL
Da mesma forma que o sistema de produção da Rio Corrente Agropastoril mudou para se tornar mais intensivo, o bem-estar animal também acompanhou a evolução. Nesse meio tempo, o Fazenda Nota 10 apresentou os benefícios da substituição da marca a fogo para a fazenda em Coxim.
“Antes de entrar nesse programa a gente fazia a marcação a fogo que era obrigatória. No caso, da brucelose, além da marca da fazenda e a identificação das vacas. Como o nosso rebanho é expressivo, eram cinco números (para identificação). Então são cinco marcas a fogo, mais a marca obrigatória da brucelose e mais a marca da fazenda. Eram sete marcas que a gente fazia”, disse em suma o médico veterinário Marcos Misutsu.
Contudo, a propriedade agora, aproveitando os ensinamentos do professor Mateus Paranhos, coordenador de bem-estar do Fazenda Nota 10, está aos poucos reduzindo o uso da marca a fogo. “Nós estamos fazendo essa identificação agora com o brinco. A recomendação que o professor Mateus fez é a gente fazer isso logo ao nascimento. Então após o nascimento, os animais recebem um furo na orelha. A gente faz a tatuagem e o furinho na orelha. Posteriormente a gente coloca uma identificação para ficar visível de longe, sem ter que pegar o animal um por um. […] A gente vai eliminar todas (as marcas a fogo)”, projetou o veterinário.
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IMPACTO NA CRIA
Juntamente com a capacitação do programa em bem-estar, a fazenda em Coxim observou melhorias em vários indicadores. “A gente teve diminuição de umbigo grosso, de problemas com diarreia porque a equipe está mais consciente. […] Mesmo a equipe do Pantanal, que sempre teve um sistema um pouco mais simples, um pouquinho mais rústico”, apontou Marcos.
Por fim, assista o episódio da série Repórter Nissan sobre a fazenda em Coxim pelo vídeo abaixo: