Em entrevista ao Giro do Boi que foi ao ar nesta segunda-feira, dia 04, a zootecnista Carolinne Mota, da Nutroeste Nutrição Animal, falou sobre experimento realizado pela companhia que validou o confinamento com alto teor de grãos, sem volumoso, e que dispensa inclusive o período de adaptação, aumentando rendimento de carcaça em até 4% e reduzindo os custos operacionais em 80%.
“A produção de arroba com volumoso sempre foi muito mais barata do que a produção de arroba com dieta total. Isso sempre vai ser prioridade. Fazer uma arroba de boi na época das águas é muito mais fácil e muito mais barato do que produzir uma arroba num confinamento. Mas nós precisávamos de opções para o pecuarista que não tenha disponibilidade de se programar para produzir uma silagem ou de ter uma fonte de volumoso de qualidade para entrar no semiconfinamento, por exemplo, e o nosso objetivo era diminuir e reduzir o máximo possível o operacional da fazenda”, justificou Carolinne.
“Como a agricultura vem tomando conta do Centro-Oeste e hoje áreas que nem eram de agricultura estão virando de agricultura e a pecuária está sendo espremida, o nosso objetivo era utilizar essa fonte de grãos que nós temos na nossa região, barata, e fazer uma entressafra do boi, utilizando uma quantidade maior de energético e deixando o boi exclusivamente no cocho. Então o nosso objetivo é fazer com que propriedade não se torne só agricultura, mas também pecuária, que tenha oportunidade de você tratar o animal ruminante exclusivamente com grão”, reforçou a especialista.
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No experimento, os animais foram abatidos com 19,5@ e um rendimento de carcaça 4% superior à média – saindo da média de 51% para mais de 55% por conta por conta da redução do volume do rúmen e do conteúdo visceral de modo geral, conforme explicou a zootecnista.
Embora a operação específica de engorda seja mais fácil do que a que leva o uso do volumoso, o planejamento requer mais atenção. “O planejamento tem que ser feito antes do confinamento. Toda ração que nós utilizamos foi comprada e feita em junho, quando nós tínhamos preço de milho de R$ 81,00. Então se for fazer a conta agora, cm preço de milho a partir de R$ 92, R$ 93, realmente complica. Então o produtor, se quiser fazer um confinamento com dieta total, tem que se programar para adquirir os insumos na época da safra, que é a melhor época, senão a conta não fecha”, alertou.
Carolinne também explicou a razão da redução do custo operacional desta modalidade de engorda. “Nós tivemos uma economia só de operacional de 80%, então isso viabiliza muito porque eu não tenho que plantar silagem, eu não tenho que ter os custos de produção de silagem, eu não tenho que ter gastos com combustível para fornecer essa quantidade de silagem altíssima para os animais, a quantidade de tratos é menor porque a comida, como é seca, não fermenta no cocho, então eu não tenho que fazer cinco ou seis seis tratos, como eu tenho que fazer num confinamento com silagem tradicional, então eu tenho que fazer no máximo três tratos, a quantidade máxima que a gente encontrou dentro do confinamento”, informou.
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De acordo com a profissional, o experimento encontrou ainda um sistema de engorda que não prejudicou o metabolismo dos animais. “Na segunda fase, nós não tivemos problema metabólico nenhum. Era esse o nosso objetivo, tirar o animal do pasto e colocar ele dentro do confinamento no dia 1 e já começar a fornecer ração para ele à vontade e sem nenhum problema metabólico. Aí nós não tivemos problemas metabólicos nenhum, problemas como laminite, acidose, nenhum problema. Esse é o nosso objetivo e realmente foi feito com grande sucesso”, celebrou.
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“Depois que nós fechamos uma conta de viabilidade do confinamento, nós tivemos um custo da arroba produzida de R$ 274,00, similar a um custo de arroba produzida de um boitel, por exemplo. Depois que o experimento começou e o confinamento começou, essas margens reduziram ainda mais e teve boitel fazendo arroba de R$ 290,00. Eu queria deixar bem claro que quando a gente vai fazer um sistema de engorda, nós não temos que nos preocupar com preço da arroba, a gente tem que se preocupar com o custo de produção. Se eu estou fazendo uma arroba de R$ 300,00, eu tenho que me preocupar com esse valor de R$ 300,00, não com o valor que a arroba vai ser vendida. Há três anos, por exemplo, a arroba estava R$ 170 e já custava R$ 120,00 para fazer uma arroba. Hoje a arroba está 290, a gente gasta 270. Então é melhor produzir mais barato. Então como o produtor tem que fazer a conta? Ele tem que fazer a conta do custo de produção dele e não do custo que essa arroba vai ser vendida”, reforçou.
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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com a zootecnista Carolinne Mota, da Nutroeste Nutrição Animal:
Foto ilustrativa: Reprodução / Instagram Nutroeste