O criador Gustavo Krubnik, que tem propriedade em Marília-SP, disse que fez um tricross Angus x Hereford x Nelore e, aprovando o resultado, decidiu reter as fêmeas para virarem matrizes em seu plantel. “Por elas terem apresentado boa feminilidade e bom escore corporal, resolvi segurar algumas pra matrizes”, confirmo. Agora, Krubnik quer saber qual a melhor opção de raça para usar sobre essas fêmeas. “Sabendo se que elas já têm um alto grau de sangue europeu, pensei em experimentar o Senepol para fazer o cruzamento terminal, com destinação ao corte. Esse cruzamento seria viável? Ou poderia cobrir com Brangus ou Braford?”, questionou.
+ Quero melhorar a qualidade dos bezerros fazendo tricross. Que raça usar?
O zootecnista Alexandre Zadra, supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, autor do blog Crossbreeding, fez suas recomendações para o sistema produtivo do pecuarista do interior paulista. “Você tem a sua vaca ¾ europeia aí em Marília e sabemos que esses animais só vão pastar ou vão ter maior conforto térmico quando a temperatura cai a 22, 23º C. A temperatura noturna no inverno a gente sabe que cai aí em Marília, então essas vacas vão pastar nessas horas. No verão noturno, se for na fazenda, por vezes você tem essa temperatura de 22 a 23º C, quando eles pastariam. Mas esse animal ¾ europeu sofre um pouco com carrapato”, analisou Zadra.
“Mas a pergunta é qual raça utilizar sobre suas matrizes ¾ europeias, ¾ britânicas, já que você tem Hereford e Angus como pais e avós. Elas são duas vezes britânicos, são animais de menor porte. A gente recomenda que, pela complementaridade, você coloque um pouco de rusticidade. Você perguntou se seria bom você usar um Braford ou um Brangus. […] Seria ótimo. Com os bimestiços, você diminuiria um pouquinho essa condição de pelo, seria um animal um pouco mais rústico”, projetou.
+ Qual a melhor raça para inseminar vacas meio-sangue e ¾ Hereford no PR?
“Agora se você quiser realmente colocar rusticidade, o ideal seria ou zebuíno ou os adaptados”, acrescentou o zootecnista.
“Você falou do Senepol. O Senepol é adaptado, mas ele é de pequeno porte. Nesse caso, se você escolher um taurino, o ideal seria você usar um Caracu. Você usaria Caracu sobre seu gado, tiraria o pelo e faria um animal de maior porte, com a complementaridade desejada nesse caso”, sugeriu. “Dentre os taurinos adaptados, utilize o Caracu, que também vai tirar o pelo do gado e fará um animal taurinizado para você continuar vendendo os machos com valor agregado aos programas de premiação”, lembrou.
+ Como fazer cruza rotacional e terminal com gado britânico, continental e bimestiço?
+ Como funciona o cruzamento industrial rotacionado?
Zadra também comentou a hipótese de se utilizar um Zebu, mas frisou que o criador deve buscar touros provados para parto fácil, com DEP negativa para peso ao nascimento. “Ou use o Zebu parto fácil nas suas vacas europeias, que são bem taurinizadas, ¾ europeias, principalmente se forem novilhas. Você vai colocar rusticidade, fará um animal ⅝ Zebu, um animal que vai ser muito adaptado”, antecipou.
+ É uma boa opção cruzar touro Braford com vacas Angus x Nelore?
+ Como evitar problemas de parto em novilhas F1?
+ Bezerro bom de genética nasce fácil e cresce rápido, afirma zootecnista
+ Associação lança sumário de touros com índice para facilidade de parto
Qual é a sua dúvida sobre cruzamento para gado de corte? Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].
A resposta completa do zootecnista está disponível pelo vídeo a seguir: