A situação é comum na pecuária brasileira. O produtor divide seu tempo entre a fazenda e uma outra carreira. Mas com uma concorrência cada vez maior com outras atividades, como a agricultura, que avança a passos largos em diversas regiões do país, o sucesso da bovinocultura de corte fica cada vez mais dependente de uma gestão profissional e dedicada. Mas como conciliar as situações?
O Giro do Boi desta sexta, 07, mostrou um exemplo prático de um produtor rural e médico que aprendeu este caminho das pedras e tirou a fazenda do vermelho. “Eu sou radio-oncologista e isso quer dizer que eu trato pacientes de câncer com radiação, com radioterapia. É uma especialidade que requer muita atenção, muita dedicação, é um ambiente meio depressivo e triste. Para lidar com a situação, eu usei a fazenda para poder recarregar as baterias e você voltar à atividade de uma forma mais normal psicologicamente”, admitiu em entrevista Antônio Campbell Penna (foto acima), proprietário da Fazenda das Palmeiras, localizada em Ituiutaba-MG, contextualizando como entrou para o ramo da pecuária.
Penna revelou como consegue conciliar as atividades, destacando que ambas requerem muito a presença física. “Eu tenho um clone comigo”, brincou. “Porque eu divido essas duas atividades e são atividades que requerem muita presença da pessoa lá na propriedade e na clínica também. E realmente é muito difícil. Eu passo uma semana do mês na fazenda, tentando fazer em cinco dias o que eu teria que fazer em quatro semanas. Então lá também é uma correria”, reforçou.
O produtor encontrou no programa de capacitação em gestão e comparação de resultados Fazenda Nota 10 uma saída para este obstáculo. “Eu comprei a fazenda tem mais ou menos uns 20 anos, mas eu tocava a fazenda de uma forma amadora, sem orientação, meio perdido, tipo voo cego. E minhas informações, meus dados todos, eu não tinha uma orientação a partir deles, uma sistematização, uma metodologia para poder me orientar. E os dados estavam todos escritos, mas mal interpretados e mal administrados. Na fazenda, eu faço recria e engorda e os produtos eu vendo para o JBS. E entrando no site, vendo na internet, apareceu o Fazenda Nota 10 na minha história, que transformou completamente não só a minha vida, como também a vida da minha fazenda porque antes eram um caos total. Agora nos últimos nove meses que a gente tem participado, transformou completamente a fazenda em números, em dados, em índices. […] Como se diz na gíria, eu tocava uma fazenda e atualmente eu consigo gerenciar uma fazenda com informações, com os dados, com orientação do pessoal da equipe do Fazenda Nota 10”, reconheceu Penna.
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O zootecnista Rodrigo Gennari, um dos coordenadores do Fazenda Nota 10, frisou que dentro do programa há casos similares ao de Penna. “Hoje a gente tem bastante pecuaristas que têm não só a pecuária, mas também tem outra atividade. No programa nós temos advogados, médicos, como o seo Antônio, temos diversas atividades. E aí tem a tecnologia que está nos ajudando, está ao nosso favor, que o produtor pode estar em outro estado e coordenando a fazenda, junto com sua equipe, claro, em busca de resultados”, disse.
“O doutor Antônio Penna é um exemplo. Ele quer ficar melhor, mas já vem há uns três anos intensificando a fazenda, abrindo o mindset, a mente da pecuária brasileira com uso de tecnologia, de ter um raio-x da fazenda, um diagnóstico, até usando o conhecimento que tem na medicina. E os colaboradores da fazenda são muito disciplinados. Eles vêm mês a mês vem lançando tudo corretamente, ele participa das masterclass, faz perguntas. Então é uma fazenda muito engajada, que já é uma fazenda nota 10 e está a cada vez mais se aperfeiçoando”, elogiou Gennari.
Penna ilustrou com quais as tecnologias está conseguindo cumprir a missão. “Hoje em dia, com os recursos que a gente tem de internet, de Zoom, de Skype, telefones, a gente consegue estar presente não de corpo, mas atendendo a fazenda, nas necessidades, nos problemas e ao mesmo tempo estando na clínica atendendo os pacientes”.
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Entretanto, o uso da tecnologia precisa ser bem direcionado para impactar positivamente na produtividade e resultado da fazenda. O pecuarista informou, na prática, o que foi que mudou na propriedade.
“A fazenda estava praticamente agonizante, vamos dizer assim. Em estado terminal. Então em qualquer área que você olhasse. você via a deficiência. Por exemplo, a parte de gestão financeira, de contabilidade… aquilo ali era uma bagunça. A parte de manejo de pastagem também era muito precária, muito primitiva, então você rodava a fazenda, via os pastos passando do ponto de serem colhidos, pastos degradados, pastos com pragas. Era uma fazenda horripilante. E com o Fazenda Nota 10, eu comecei a entender os índices, os objetivos, as metas e foi muito importante porque mudou radicalmente a minha atitude e a minha atenção com relação aos pontos mais fracos. Então comecei a atacar a parte de pastagem, reformando pastagens e fazendo subdivisões dos pastos, que eram enormes, e vendo o ganho de peso, acompanhando periodicamente as pesagens”, declarou.
Na Fazenda das Palmeiras, quem se destaca é o verde das pastagens, umas das principais mudanças para a propriedade sair do vermelho.
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Além de ensinar a usar os números, Penna destacou também a parte do programa que comparar tais indicadores com a média brasileira para oferecer um comparativo, o benchmarking. “O Fazenda Nota 10 me deu todas as informações básicas necessárias para eu ter uma fazenda organizada, uma fazenda conhecida, fazer o diagnóstico, onde você está no momento e mostrando também o caminho para onde você tem que ir, as suas metas, aonde você tem que chegar. Eu acho que o mais importante do Fazenda Nota 10, para mim, foi a comparação da minha fazenda com as outras fazendas que fazem parte do programa, principalmente as top rentáveis. Esses dados e esses índices (das melhores fazendas) se transformaram em metas que eu não tinha, eu não sabia que eu estava horrível, mas não sabia como ia sair dali nem para onde eu iria. Então esse caminho e esse objetivo foram muito importantes para minha vida lá na fazenda”, frisou.
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“Até são termos que encaixam muito bem, falando de fazenda e medicina. Diagnóstico, raio-x. Às vezes a gente até brinca que faz um hemograma, como num exame de sangue, e a gente vê como está a saúde da fazenda pelos parâmetros. Mas a gente encontra muito, até muitas fazendas não sabem como estão. […] Então elas muitas fazendas não sabem quantas arrobas estão produzindo por hectare, seu GMD, e além de não saber o deles, não sabem qual é a métrica da realidade que uma fazenda top rentável está ganhando. Onde a gente está e para onde a gente vai. Isso é muito comum e até falamos que entra no Fazenda Nota 10 de início, a gente oferece um diagnóstico expresso, que é para a fazenda saber resumidamente como estava a situação dela e ao entrar na safra ela já tem um diagnóstico e um raio-x da última safra dela”, observou Gennari.
Penna acrescentou como condição para evolução da fazenda gerida à distância o engajamento da equipe. “Para isso, você precisa ter uma equipe boa de colaboradores. E, graças a Deus, a minha equipe é sensacional e à distância mesmo, pelo Zoom e pelo telefone, a gente consegue estar presente. Hoje em dia tem até drone. O próximo passo da fazenda é usar drone para ver se de lá da fazenda eles mandam as imagens para mim e eu vou vendo como está o campo, o gado, o sal, a água”, projetou.
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Equipe da Fazenda das Palmeiras: muita comunicação e sintonia para aumentar produtividade.
O ciclo 2021/22 do programa Fazenda Nota 10, que vai começar no próximo mês de junho, está com inscrições abertas. Fornecedores do Friboi ganham 75% de subsídio para integrar a iniciativa. “Em 1º de junho a gente estará iniciando a safra 21-22. Estamos com inscrições abertas ainda, mas já passamos das 400 fazendas (são 500 vagas no total), então estamos quase finalizando as vagas. Então quem ainda não se inscreveu, não perca tempo. O nosso site para cadastro é www.fazendanota10.com.br. Assim que você clicar para se cadastrar, a nossa equipe já vai entrar em contato contigo, tirando todas as suas dúvidas, falando todas as informações do programa. Fazendo parte do programa, você vai ter disciplina, planejamento, vai ter os indicadores e, além de tudo, um networking muito grande. Serão 500 fazendas no Brasil e vai dar pra a gente fazer bastante amizade, saber como todos estão fazendo e onde podem melhorar”, convidou Gennari.
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Confira no player a seguir a entrevistsa completa com Antônio Penna e Rodrigo Gennari: