‘Qual capim é mais indicado para o rotacionado: Mombaça ou Braquiarão?’ Esta foi a questão enviada por um telespectador com propriedade no município de Vitorino Freire, no estado do Maranhão.
O engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, respondeu a dúvida.
“Todo capim pode ser rotacionado […]. Lembrando que o rotacionado você só deve fazer com um único tipo de capim. Você pode ter vários rotacionados na fazenda, de diferentes capins, mas não dois capins dentro de um mesmo rotacionado”, pontuou.
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“Eu já tive a oportunidade de fazer rotacionado até com Andropogon, que é um capim muito sazonal. Ele é muito bom, mas sazonal, não tem uma produção regular. Então com todo tipo de capim […] pode ser feito”, ponderou.
Pires comentou que a escolha da variedade passa pelo objetivo da fazenda. “Tratando-se do objetivo de uma intensificação da fazenda, já que você quer produzir mais, então começamos a falar em produção de massa. Você quer uma hegemonia na produção, quer trabalhar com controles. Nesse caso, o capim mais recomendado seria o capim mais produtivo. E, sem dúvida, os Panicuns são as gramíneas mais produtivas que nós temos”, informou.
“É claro que a gente tem, por exemplo, o Capiaçu. Não é um Panicum, mas é um gramínea bastante produtiva. Mas o Capiaçu já entra numa outra categoria de capim que seria para uma capineira”, salientou.
Mas conforme observou Pires, a escolha pelo Panicum num sistema rotacionado depende da intenção do produtor por manter elevado o nível de fertilidade do solo. “O Panicum normalmente apresenta um nível de produção maior e mais elevado. Qual é o problema do Panicum? O Panicum é uma gramínea exigente, ele está no topo da cadeia de produção e de exigência em termos de fertilidade do solo. Então o Panicum vai dar com certeza um bom resultado, desde que o pecuarista acompanhe a adubação”, reforçou.
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O especialista informou as variedades específicas que podem atender o pecuarista. “Eu partiria para um MG12, que é o Paredão. É um Panicum muito macio. O Zuri é muito bom, excelente. O Quênia é fantástico e de alta produção. E o próprio Massai também é um capim bastante interessante para a gente trabalhar. Esses seriam os Panicuns que a gente pode recomendar para vocês”, especificou.
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O agrônomo destacou que no caso de o produtor não ter intenção de corrigir a fertilidade do solo, aí as Braquiárias podem ser utilizadas. “Se o pecuarista não pretender fazer níveis de adubação mais elevados, ele pode trabalhar com uma Braquiária. Eu conheço diversas fazendas que têm rotacionado com Braquiária e vai muito bem. Com a Braquiária adubada, ela produz muito bem. Mas o Panicum bem adubado produz muito mais. Eu recomendaria”, sustentou.
Em relação a uma das opções informadas pelo pecuarista, Pires foi taxativo. “Eu escaparia do Mombaça. Ele é muito bom, é uma gramínea excelente, mas é uma gramínea que é de difícil manejo. Se você deixar ela passar um pouco do ponto, ela fica com muito talo e aí isso vai dificultar o manejo do gado”, rejeitou.
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Foto: Reprodução / Embrapa