A função da coordenadora regional do transporte da TRP Ana Gisele Vidoto Calixto não é fácil: garantir que as viagens do transporte boiadeiro de indústrias e pecuaristas localizados em MT, GO, PA e BA cheguem ao destino final com o menor número de contratempos possível. Por isso o dever nem sempre pode ser concluído sem “sujar a botina”.
“Trabalhar de salto alto não me pertence, não tem como! Nem no dia que eu estou na unidade eu não consigo”, observou, bem humorada, em participação no quadro Giro na Estrada que foi ao ar no programa desta sexta-feira, 05.
Gisele aproveitou sua participação próxima ao Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado no próximo dia 08 de março, segunda-feira, para deixar um recado às mulheres que se dedicam às mais diversas funções do transporte boiadeiro do país ou que têm vontade de entrar no setor.
“Eu acho que a gente tem que ter paixão! Tem que escolher algo que você tenha paixão por fazer. Eu adoro o que eu faço e me sinto muito bem. […] Refletindo sobre o que eu poderia citar como característica feminina que facilita no dia a dia da logística boiadeira, na gestão de uma equipe como a nossa, eu acho que a mulher já tem esse instinto cuidador. A maternidade traz isso. E eu tenho comigo que a equipe você tem que cuidar. [… A gente fala muito em resultado, mas a gente cuida das pessoas e as pessoas trazem resultado. […] Eu me sinto muito bem fazendo o que eu faço, feliz em ter montado um time como a gente tem aqui, de transporte, de prestação de serviço. A gente tem que ter um time que atende bem lá na ponta e é o que eu foco todo dia, cuidar de gente”, valorizou a coordenadora.
‘Sujar a botina’ faz parte do dia a dia da coordenadora do transporte boiadeiro.
Ana Gisele indicou também em sua entrevista quais são os locais que apresentaram dificuldades para a logística boiadeira em virtude do excesso de águas ao longo desta última semana em Goiás. “Nessa semana a gente teve vários pontos (de dificuldade) na regional, bastante dificuldade em função das chuvas. […] Mesmo no estado de Goiás a gente teve algumas regiões bem críticas nesta semana. […] Essas fotos que eu mandei são da região de Mundo Novo, onde a gente teve um embarque bastante complicado, e na região também de São Miguel do Araguaia e Bonópolis a gente também teve alguns locais bem complicados de atoleiros”, especificou.
Em mensagem enviada ao programa, o telespectador Fábio Moraes acrescentou que há dificuldades para passagem de veículos ao longo do extremo sudoeste goiano, no entorno dos municípios de Itarumã, Itajá, Caçu, Lagoa Santa e Aporé.
Em Mato Grosso a vida dos boiadeiros também esteve complicada nos últimos dias. “BR-158, naquele trecho que vai do ‘Alô, Brasil’ até chegando próximo a Confresa, um trecho de 130 km de terra, mais ou menos. Lá que a gente teve bastante trabalho essa semana. Então a gente roda muito a frota de Confresa, Barra do Garças. Ali na região tem gado magro também que a gente estava puxando nessa durante essa semana e foi bem complicado”, admitiu.
Na Br-158, depois do fim do asfalto próximo ao posto Alô, Brasil, os atoleiros dificultaram a passagem de carretas durante a semana.
Além de reconhecer o esforço dos motoristas boiadeiros, Ana também citou a importância da ajuda dos pecuaristas da região no suporte dos profissionais da boleia. “Nesse período a gente depende muito da ajuda do produtor. Muitas vezes eles dão suporte sem que a carga nem seja deles, porque às vezes o caminhão não atola na estrada da fazenda em que vamos buscar a carga. Às vezes o caminhão atola indo para uma fazenda, ou voltando da fazenda, mas o pessoal ajuda, dá suporte. A gente sempre tem tido um parceria muito boa”, ressaltou.
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Confira pelo vídeo a seguir a entrevista completa com Ana Gisele ao quadro Giro na Estrada desta sexta, 05: