A dúvida do pecuarista Antonio Carlos Zuntini, do Norte de Mato Grosso, sobre a segurança de realizar a calagem no início do período chuvoso é pertinente.
Segundo o engenheiro agrônomo Marcius Gracco, da Intensifique Consultoria, o produtor está totalmente em tempo de fazer a calagem na área de pastagem, mesmo com as chuvas já consolidadas na região.
A calagem é crucial para a saúde do pasto, pois o ideal é que o solo mantenha um pH entre 6,0 e 6,5, faixa onde a maioria dos nutrientes tem a sua absorção maximizada. A calagem neutraliza o alumínio e o hidrogênio em excesso, corrigindo a acidez do solo e melhorando o sistema radicular da planta.
Confira:
Época e método de aplicação em pastos estabelecidos
A decisão de fazer a calagem é sempre pautada pela análise de solo. Se o pH estiver abaixo de 6,0, a correção é recomendada.
- Aplicação em superfície (cobertura): no caso de pastos bem conservados (Braquiária e Mombaça), que não necessitam de reforma, a aplicação em superfície (cobertura) é o método a ser utilizado. Mesmo que o calcário (cálcio e magnésio) se mova pouco no solo (cerca de 2 cm por ano), ele reagirá e trará um resultado significativo na produção de forragem, pois neutraliza o alumínio.
- Timing: no Norte de Mato Grosso, o produtor tem muito tempo de águas para que o calcário reaja. A reação significativa do calcário só começa a ocorrer após uma precipitação de 30 a 40 milímetros.
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O ideal: calagem na reforma e o seu maior benefício
Embora a aplicação em superfície seja viável agora, o agrônomo ressalta que o método ideal é a calagem na reforma. Quando o produtor “reseta o solo”, é recomendado incorporar o calcário (até dobrar a dosagem) para levá-lo a 20-40 cm de profundidade, potencializando o resultado.
O principal benefício da calagem é a disponibilização de nutrientes que estavam indisponíveis para a planta devido à acidez do solo. Portanto, a ação agora garantirá que a pastagem da fazenda do produtor use o período de maior luz e calor de forma mais eficiente.
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