BEM-ESTAR ANIMAL

Período de carência no uso de medicamentos: como evitar punições e proteger exportações

Especialista alerta para o uso consciente de endectocidas e fala da importância do respeito rigoroso à carência para manter a segurança alimentar dos mercados externos

Foto: Reprodução/Giro do Boi.
Foto: Reprodução/Giro do Boi.

O uso de medicamentos na pecuária brasileira exige atenção máxima ao período de carência para garantir a segurança alimentar e proteger as exportações.

O problema dos resíduos de medicamentos, principalmente os endectocidas e o acaricida fluazuron, levou à punição de três frigoríficos brasileiros pela China (incluindo o maior de Goiás), que permanecem desabilitados há mais de um ano.

Em entrevista ao Giro do Boi, Antônio Coutinho, gerente técnico da Vetoquinol Saúde Animal, afirmou que essa falha não é só do pecuarista, “é um problema do Brasil” que gera insegurança nos mercados compradores.

O erro pode ser facilmente resolvido com uma atitude simples do produtor: uso consciente e respeito rigoroso ao período de carência do produto. O maior perigo é a falta de comunicação: se o produtor que vende o gado de reposição aplica um produto com carência de 130 dias, e o comprador o coloca no confinamento por apenas 100 dias, o animal será abatido com resíduo.

Confira:

Ações para proteger o lote e o país

A manutenção do status de maior exportador global exige disciplina e gestão. O produtor deve ter um plano de manejo que zere o risco de contaminação:

  1. Leia a bula: a informação está toda disponível na bula e na embalagem: “Para cada categoria, para cada fase do animal, você tem um produto específico”. O abate do produto com fluazuron, por exemplo, só pode ocorrer 130 dias após a última aplicação.
  2. Transparência na compra: ao adquirir gado de reposição, o comprador deve perguntar ao vendedor qual produto foi aplicado e a data. Se o produto tiver carência de 130 dias, o gado deve permanecer mais tempo na pastagem antes de ir para o confinamento, a fim de expirar o prazo.
  3. Escolha o produto certo: Não se pode usar um endectocida para recria (alta carência) em um boi que vai entrar no cocho. A Vetoquinol oferece soluções como o Contratack Injetável Plus, com apenas 17 dias de carência, ideal para o protocolo de entrada do confinamento.

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Lucro na estação de monta com medicamentos

O uso consciente dos medicamentos não é apenas uma obrigação sanitária, é um investimento com alto retorno.

  • Controle de parasitas: a eliminação das parasitoses, segundo a Embrapa, pode representar um lucro de R$ 40 por mês no ganho de peso em animais de recria.
  • Bem-estar: na estação de monta, o controle da mosca-dos-chifres com o brinco Fiprotag 210 (zero carência, custo de R$ 1 por mês) é essencial. Se a fêmea não for estressada pelas moscas, ela cicla melhor, reduzindo a necessidade de múltiplas doses de sêmen ou protocolos de IATF.

O custo sanitário é a “economia cara” que não vale a pena. A manutenção da credibilidade da carne brasileira no mundo depende da disciplina do produtor em respeitar a bula.

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