
A depreciação é um dos custos invisíveis que silenciosamente consome o patrimônio do pecuarista. O zootecnista Gustavo Sartorello, na série “A Conta do Boi”, levanta a questão crucial: ao olhar para os bens de capital da fazenda (tratores, barracões, cercas), o produtor considera que eles perdem valor todos os dias e inclui essa perda na conta do negócio?
O especialista explica que a depreciação é um custo real que, se ignorado, faz o patrimônio desaparecer ao longo do tempo. Um trator de R$ 200.000, por exemplo, pode desvalorizar R$ 10.000 em um ano. Se o produtor não registra essa perda e não guarda o valor equivalente, ele perde metade da riqueza em 10 anos. “O patrimônio desaparece silenciosamente,” alerta o zootecnista.
Confira:
Financiamento: o risco da dupla saída
Um erro grave é ignorar a depreciação quando o bem é financiado. A forma de pagamento (financiamento) não muda o fato de que o ativo perde valor. Nesse cenário, o produtor tem duas saídas simultâneas que pressionam o caixa:
- O pagamento das parcelas do financiamento.
- A perda de valor do bem (a depreciação).
O risco é o produtor terminar de pagar o financiamento e descobrir que o bem já não tem valor de mercado, perdendo o patrimônio sem perceber. Um gestor profissional olha para o negócio como um todo e garante que a fazenda não consuma patrimônio sem que haja um registro.
Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!
Depreciação é custo para a fazenda, mas receita para o dono
É fundamental que o gestor estratégico entenda o duplo papel da depreciação:
- Para a pecuária: a depreciação é um custo, e deve ser lançada na conta para saber o valor real da arroba produzida.
- Para o dono: se o produtor registra a depreciação e guarda esse valor em uma conta (mesmo que invista para ganhar mais), ela se torna uma receita e garante que a riqueza não se perca.
Ignorar a depreciação é um erro grave que pode distorcer o resultado da fazenda. Um custo extra, como R$ 30 por arroba, pode ser a diferença entre ficar no azul ou no vermelho. O que realmente importa é o equilíbrio entre desembolso e desempenho, e o custo fixo da depreciação deve fazer parte dessa conta.
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi 2.