BENCHMARKING DA PECUÁRIA

Safra 2024/2025: levantamento revela quem ganhou e quem perdeu dinheiro no campo

Dados do Instituto Inttegra mostram que 30% das fazendas operaram no vermelho, enquanto as top rentáveis lucraram R$ 10 mil por hectare, graças ao "foco obsessivo na margem"

Foto: Reprodução/Giro do Boi.
Foto: Reprodução/Giro do Boi.

A Safra 2024/2025 reforçou a máxima de que a pecuária exige profissionalismo e gestão, com o benchmarking do Instituto Inttegra monitorando 940 fazendas e revelando uma discrepância absurda de resultados.

Em entrevista ao Giro do Boi, o zootecnista Antonio Chaker, fundador do Inttegra, alerta que nunca a distância entre os rentáveis e os que levam prejuízo foi tão grande, provando que o desempenho é uma decisão do dono da fazenda.

O levantamento, que monitorou mais de 3,4 milhões de hectares, mostrou que a pecuária não é mais um negócio “seguro e fácil”: cerca de 30% das fazendas operaram no vermelho, um percentual que se mantém historicamente alto. Em contraste, os Top Rentáveis apuraram lucros de mais de R$ 10 mil por hectare, enquanto os perdedores amargaram prejuízos de R$ 6 mil no mesmo segmento.

Confira:

Os indicadores que separam o lucro do prejuízo

O benchmarking da Safra 2024/2025 evidencia onde o “foco obsessivo na margem” faz a diferença entre quem cresce e quem patina:

  • Lucro por arroba: a média geral de lucro foi de R$ 19,50 por arroba, enquanto os Top Indicadores lucraram R$ 130 por arroba.
  • Custo da arroba produzida: os Top Indicadores gastaram apenas R$ 165 para produzir uma arroba, contra R$ 208 da média, uma diferença de R$ 43 que impacta diretamente a margem.
  • GMD Global: o indicador mais importante, o Ganho Médio Diário Global, foi de 654 gramas nos Top Indicadores, contra 429 gramas na média (225 gramas a mais por dia).
  • Eficiência operacional: os Top Indicadores cuidam do dobro de animais por funcionário (1.316 cabeças/funcionário) em relação à média (658 cabeças/funcionário).

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Estratégia e o jogo das águas

O estudo mostra que o capricho no manejo e na terminação é decisivo. Os Top Indicadores abatem machos com 22 arrobas (2 arrobas a mais que a média) e reduzem o tempo de confinamento para apenas 70 dias (contra 93 dias da média).

A margem meta para ser um gestor de sucesso, segundo Chaker, é de: cria (acima de 40%), ciclo completo (acima de 30%) e recria/engorda (acima de 20%).

O período das águas, que está iniciando, é crucial. “O jogo pode ser virado, e o jogo pode ser ganho agora nas águas”, afirma Chaker. O produtor deve se dedicar ao manejo de pasto e ao sequestro de carbono (o capim bem manejado faz a raiz ir para o fundo e captura gases de efeito estufa). O Instituto Inttegra reforça que a pecuária sustentável é a que tem retorno econômico.

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