A pecuária de cria no Brasil, que historicamente carece de dados nacionais, acaba de ganhar um panorama detalhado. Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) com 280 propriedades comerciais mostrou que 61,43% dos produtores têm planos de aumentar o rebanho. Apenas 3,93% planejam reduzir o tamanho do efetivo, demonstrando a confiança do setor.
A pesquisa mapeou propriedades com uma média de 3.292 hectares e rebanhos de 2.612 cabeças. Os proprietários eram, em média, experientes, com cerca de 23 anos na atividade. Do total, 30,36% dependiam exclusivamente da cria como única fonte de renda.
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Gestão no campo e o desafio da análise de investimento
O estudo da USP trouxe dados cruciais sobre a profissionalização das fazendas de cria:
- Uso de gestão: mais de 70% dos produtores já utilizavam algum tipo de ferramenta de gestão em suas propriedades.
- Análise de investimento: apesar do alto índice de gestão, apenas 19,23% realizavam cálculos de análise de investimento.
O levantamento também abordou o sistema produtivo. A maioria (71,42%) trabalha exclusivamente com bovinocultura de corte. No entanto, a integração já é uma realidade: 21,08% operam em Integração Lavoura-Pecuária (ILP), e 6,08%, em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
Sucessão familiar e o futuro do setor
Em relação à sucessão familiar, o panorama é majoritariamente otimista: 64,29% dos produtores esperavam que a sucessão ocorresse dentro da família. Apenas 20% não tinham essa perspectiva, e 16% ainda estavam em dúvida.
O estudo da USP, que visa preencher uma lacuna de informações estratégicas sobre a cria, é fundamental para o setor, que agora pode tomar decisões mais informadas, seguindo o exemplo de grandes países produtores de carne, como Estados Unidos e Austrália.
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