
A fase de terminação na seca é crucial para a rentabilidade da pecuária, e a estratégia para engordar o gado em pasto diferido exige a transição para uma Terminação Intensiva a Pasto (TIP), com altos níveis de arraçoamento.
O doutor em zootecnia Iorrano Cidrini explica que, nesse momento, o peso do animal aumenta sua exigência nutricional, e a qualidade do pasto diferido (que perde proteína) já não é suficiente.
Segundo ele, a TIP consiste em fornecer ração em níveis mais elevados, próximos de 1,5% a 2% do peso vivo, o que pode garantir um Ganho Médio Diário (GMD) na ordem de 1.300 g a 1.600 g, mesmo na seca.
Nesses níveis de oferta, o animal sai de ganhos de 500 g com suplementação mais baixa para ganhos que se aproximam de 1,5 kg, impulsionando a eficiência.
Ajuste fisiológico e ganho de carcaça
Na TIP, o objetivo não é apenas o ganho de peso vivo, mas sim o ganho de carcaça. O animal em terminação na seca faz um ajuste fisiológico, reduzindo o tamanho do rúmen e selecionando as folhas secas de maior digestibilidade. Isso garante uma taxa de passagem mais rápida do conteúdo ruminal.
O resultado é uma eficiência biológica superior: o ganho que o animal apresenta tem uma porcentagem maior de transferência para a carcaça em comparação com o confinamento tradicional.
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Adaptação da dieta e papila ruminal
Para iniciar a TIP, o produtor deve realizar uma adaptação gradual da dieta, essencial para preparar a microbiota ruminal e as papilas ruminais (que absorvem os ácidos graxos).
- Tempo: o período de adaptação leva de 15 a 21 dias e é necessário para que a queratina que reveste as papilas ruminais seja formada.
- Manejo: a ração deve ser ofertada em quantidades graduais, com subidas de 1 kg ou 0,25% do peso vivo, a cada 3 ou 4 dias de cocho zerado de forma consecutiva.
Outro ponto crucial é não ignorar a oferta do pasto, mesmo dando 2% do peso vivo em ração. O pasto no rúmen é o que cadencia a taxa de passagem, permitindo mais tempo para a atuação das bactérias.
Score de fezes: o aliado indispensável da nutrição
Para garantir que o manejo de suplementação e a TIP estejam bem-feitos, o produtor deve utilizar o Score de Fezes como ferramenta indispensável. O Score de Fezes é o principal “dedo duro” da operação e indica se o teor de proteína bruta da dieta precisa ser corrigido.
O Score 3, o mais intermediário, é o ideal: aquele “vulcãozinho” (o bolo com um buraquinho no meio). Esse padrão mostra que o conteúdo ruminal teve uma boa taxa de passagem, que a deficiência de proteína foi corrigida e que o nível de ureia está ajustado, sem causar problemas metabólicos como a acidose. O Score de Fezes é um aliado crucial para a nutrição durante o período da seca.
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