AGENDA VERDE

Emissões do agro têm leve queda, mas pecuária responde por 29% do total, diz Imaflora

Dados do SEEG apontam redução de 0,7% nas emissões, com fermentação entérica (arroto do boi) sendo a principal fonte de metano (65% do setor)

Emissões do agro têm leve queda, mas pecuária responde por 29% do total, diz Imaflora (Foto: Reprodução/Giro do Boi).
Emissões do agro têm leve queda, mas pecuária responde por 29% do total, diz Imaflora (Foto: Reprodução/Giro do Boi).

O setor agropecuário brasileiro registrou uma discreta redução de 0,7% nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 2024.

A informação é da 13ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), coordenada pelo Observatório do Clima. O setor manteve-se praticamente estável, com 626 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, ante 631 milhões em 2023.

Apesar da estabilidade, a pecuária ainda tem uma representatividade expressiva, respondendo por 29% do total das emissões do país. A principal fonte de emissão do setor pecuário continua sendo a fermentação entérica, o popular “arroto” do boi, que libera metano, um gás com potencial de aquecimento 28 vezes superior ao dióxido de carbono. Essa categoria é responsável por 65% das emissões da agropecuária (404 MtCO₂e).

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

Redução do rebanho e estratégias de mitigação

O SEEG/Imaflora aponta que a redução das emissões está associada a fatores de intensificação da produção. O rebanho bovino brasileiro teve uma leve redução de 0,2% em 2024, o que está ligado a um recorde de abates, inclusive de novilhas, e à maior taxa de confinamento, que cresceu 11% no período.

Estratégias focadas em uma melhor dieta dos animais, manejo dos pastos e a redução da idade de abate podem contribuir para a redução das emissões de metano. A agricultura também apresentou um leve recuo nas emissões, com a queda no uso de fertilizantes nitrogenados (-3,8%) e na aplicação de calcário (-3,3%), reduzindo as emissões por solos manejados.

A analista da área de Ciência do Clima do Imaflora, Priscila Alves, reforça que, apesar dos desafios: “Para 2025, a tendência é de um aumento projetado em 2%. Apesar do crescimento esperado nas emissões, o setor pode ter uma importante contribuição para as remoções de carbono, associadas principalmente às boas práticas agrícolas, mas essas remoções precisam ser computadas nos inventários nacionais”.

Potencial de remoção não contabilizado

Embora as emissões do agro tenham ficado estáveis em 2024, o setor mostra um potencial enorme de contribuição para o clima. As remoções por solos agrícolas aumentaram de 271 milhões para 281 milhões de toneladas em 2024.

No entanto, por questões metodológicas, o Brasil ainda não monitora nem contabiliza oficialmente essas remoções nos inventários nacionais. Esse dado é vital para mostrar o real impacto positivo do agronegócio e das boas práticas de manejo sustentável.

News Giro do Boi no Zap!

Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi 2.