O controle leiteiro se consolida como uma ferramenta essencial para o avanço da pecuária. No Nordeste, o rebanho da Empaer (Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária), antigo Emepa, é referência nesse trabalho com a raça Sindi.
A empresa realiza um extenso programa de controle leiteiro, que não só comprova a consistência da raça na produção, mas também aponta caminhos para o futuro da pecuária.
A aferição da capacidade de produção de leite das vacas é de fundamental importância para o sucesso do negócio. Com os dados em mãos, o produtor pode identificar os melhores animais do rebanho, selecionar os superiores e até adaptar a dieta.
Esse processo permite que o criador produza mais e com maior eficiência. O pesquisador Ricardo Leite, da Empaer, ressalta que o controle leiteiro é crucial para gerar dados que alimentam os programas de melhoramento genético.
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Sindi: um santuário de genética no Nordeste
O rebanho da Empaer em Alagoinha é um verdadeiro santuário da raça Sindi. Desde 1996, o centro de pesquisa conduz provas com a raça, gerando dados importantes para os produtores. Segundo Ricardo Leite, a genética da Empaer está presente em 100% dos rebanhos do Brasil. Qualquer criatório de Sindi, se não tiver um animal da Empaer em sua genealogia, terá um ancestral que passou por lá.
Os pesquisadores Rômulo Pontes de Freitas Albuquerque e Ricardo Leite citam animais que se destacaram em acurácia, tanto para leite quanto para carne. Entre eles, estão os touros Veludo-E e Suspiro-E.
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Entre as fêmeas, a vaca Jarana-E foi recordista mundial de produção, com média de 22 kg de leite por dia. O trabalho de pesquisa da Empaer é focado na preservação da linhagem Sindi descendente do Paquistão, com pureza racial e adaptação ao semiárido. O Sindi é essencial para a pecuária local, tanto em animais puros quanto em cruzamentos para leite ou carne.
Cruzamento com Jersey gera animais rústicos e produtivos
A criadora Mônica Angeletti buscava um touro para cobrir suas vacas Jersey e descobriu no Sindi a solução. Ela se apaixonou pela docilidade da raça e decidiu começar a criar Sindi. Mônica notou que a raça imprime suas características de forma impressionante nos animais cruzados, os chamados Sinjer. A heterose é maravilhosa.
Os animais são rústicos, resistentes a doenças e carrapatos, e com uma conversão alimentar espetacular. Mônica vende os bezerros para recria e mantém as fêmeas no seu plantel leiteiro. A criadora, que tem 23 animais PO (Puro de Origem) e 45 receptoras Sindinel, acredita que o Sinjer vai se tornar uma raça leiteira rústica.
A ideia é formar um plantel de vacas Sinjer com a qualidade do leite A2 e alto teor de sólidos. Para isso, ela pretende começar a fazer o controle leiteiro em sua fazenda. “Precisamos medir para podermos melhorar o nosso plantel. Por isso, esse controle é mega importante, nos permite verificar os ganhos genéticos”, conclui a criadora.
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