PECUÁRIA INTENSIVA

Confinar “gabiru” vale a pena? Entenda o peso da genética no consumo alimentar no confinamento

Descubra o impacto da genética de baixa qualidade, o popular “gabiru”, no consumo de alimentos e na lucratividade do seu confinamento, e como a eficiência alimentar é fundamental. Assista ao vídeo

Confinar “gabiru” vale a pena? Entenda o peso da genética no consumo alimentar no confinamento
Confinar “gabiru” vale a pena? Entenda o peso da genética no consumo alimentar no confinamento

Pecuaristas, a nutrição é o insumo mais caro no confinamento, respondendo por cerca de 89% dos custos de produção. Diante desse cenário, a genética dos animais tem um impacto direto e significativo na rentabilidade. Surge então a pergunta crucial: vale a pena confinar o chamado “gabiru” ou “pé duro”? E garrotes Girolando para corte, é uma boa ideia? Quer saber se o “barato” do gabiru não sai caro demais? Assista à entrevista completa abaixo!

O programa Giro do Boi recebeu o zootecnista Paulo Dias, CEO da Ponta Agro e especialista em confinamento, e o médico-veterinário Marcelo Ribas, líder de estratégia da Ponta Agro. Eles debateram o impacto da genética no consumo alimentar e na eficiência dos confinamentos. 

Gabiru no cocho: o barato que sai caro

Confinar é buscar o máximo desempenho e a resposta mais rápida do animal. O “gabiru” ou “pé duro”, por sua genética inferior, compromete essa eficiência.

Marcelo Ribas explica que, com um animal de baixa genética, o período de confinamento se estica, elevando os dias de mantença e corroendo a lucratividade.

Todos os indicadores que norteiam o confinamento pioram com o gabiru:

  • Maior mortalidade e morbidade: Animais mais fracos tendem a adoecer mais e ter maior taxa de óbito.
  • Custo sanitário elevado: Mais dias de doença significam mais gastos com medicamentos e tratamentos.
  • Mais dias de cocho: O animal leva mais tempo para atingir o peso de abate desejado.
  • Pior conversão alimentar: Come mais e converte menos em carne.
  • Menor ganho de peso: Atinge pesos finais inferiores.
  • Menor rendimento de carcaça: O abate resulta em menos quilos de carne aproveitável.

A única aparente vantagem de comprar um animal de baixa genética é o preço de aquisição mais barato, mas o risco é altíssimo e imprevisível.

Girolando para corte: uma nova perspectiva

Apesar de o Girolando ser uma raça voltada para a produção de leite, Marcelo Ribas menciona que existe um trabalho crescente, especialmente nos Estados Unidos e Europa, de utilizar vacas ou bases leiteiras para o cruzamento com touros de corte (Beef on Dairy).

A base Girolando pode ser uma excelente opção de fêmeas para receber sêmen de touros de corte. Isso agrega qualidade de carcaça, rendimento de cortes e eficiência alimentar.

Várias empresas de genética já oferecem touros dedicados a esse mercado, tornando a base Girolando promissora para um trabalho de produção de carne de qualidade e com bom custo-benefício.

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A genética no centro da eficiência alimentar

Avaliação de carcaças através do PMGZ Carne. Foto: Divulgação
Avaliação de carcaças através do PMGZ Carne. Foto: Divulgação

A genética é um fator determinante na eficiência alimentar. No confinamento, onde a nutrição representa 89% dos custos, um animal que come muito e converte pouco é sinônimo de prejuízo.

Paulo Dias destaca que a maturidade de gestão em confinamentos exige alta eficiência operacional, e isso é ainda mais crítico com animais de genética desafiadora. A compra de animais, a gestão sanitária e o bem-estar se tornam muito mais complexos.

A Ponta Agro acompanha dados de confinamento e observa que a oferta de touros capazes de melhorar a eficiência alimentar é vasta. Touros selecionados, como o Diplomata da Agronova, comprovadamente imprimem melhor eficiência alimentar em suas progênies.

O futuro da pecuária intensiva

Vista aréa do confinamento de bovinos de corte da Captar Agrobusiness em Luis Eduardo Magalhães (BA). Foto: Divulgação/Captar Agrobusiness
Vista aréa do confinamento de bovinos de corte da Captar Agrobusiness em Luis Eduardo Magalhães (BA). Foto: Divulgação/Captar Agrobusiness

O confinador brasileiro evoluiu absurdamente, passando de médias de quatro arrobas para dez arrobas em pouco mais de três meses de cocho com animais melhorados.

Um Nelore de boa genética pode ganhar uma arroba em 10 dias de confinamento, enquanto um animal sem padrão genético pode levar mais de 15 dias. Essa diferença impacta significativamente o custo da diária e o lucro.

A sustentabilidade na pecuária também passa pela eficiência alimentar. Animais que comem e bebem menos para produzir uma arroba contribuem para a redução do consumo de matéria seca, resultando em economias substanciais. A busca por animais mais eficientes no consumo é um caminho sem volta para a melhoria da sustentabilidade e da rentabilidade no mundo da produção de carne.

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