
A pecuária baiana está ganhando destaque no cenário nacional. A introdução de raças zebuínas e europeias adaptadas ao clima local, aliada a investimentos em saúde, bem-estar e nutrição animal, impulsionam o setor. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.
Com quase 13 milhões de bovinos, a Bahia agora é o sétimo maior rebanho do Brasil, ultrapassando estados tradicionais como São Paulo e Rio Grande do Sul.
Para entender esse avanço, conversamos com José Roberto Bischofe Filho, diretor executivo da Captar Agrobusiness, o maior confinamento do Nordeste brasileiro, e Ivon de Almeida, gerente executivo de negócios da Friboi na Bahia.
A entrevista, parte do programa Giro do Boi desta quinta-feira, 3 de julho, revela como a estratégia de engorda está elevando a qualidade e a idade de abate dos bovinos no estado.
O protagonismo do gado jovem na Bahia
Um dos dados mais impressionantes revelados por Ivon de Almeida, da Friboi de Itapetinga, é o aumento significativo do abate de bovinos jovens.
Segundo ele, 50% a 60% do gado recebido pela planta é de animais jovens, um reflexo direto da melhoria na qualidade do rebanho baiano, impulsionada por confinamentos como a Captar Agrobusiness.
Essa mudança é fundamental para o mercado interno e também para as exportações, pois animais mais jovens tendem a ter uma carne de melhor qualidade, com maior maciez e preenchimento de carcaça.
O esforço em reduzir a idade de abate demonstra o amadurecimento e a eficiência da pecuária no estado.
A Captar Agrobusiness em números
A Captar Agrobusiness, em Luís Eduardo Magalhães, é um gigante no setor. Com capacidade estática de 65 mil animais, realiza cerca de dois a dois giros e meio por ano.
A previsão para este ano é abater em torno de 130 mil animais, com o objetivo de alcançar 200 mil nos próximos anos.
A produção da Captar é estratégica:
- Mercado interno: Animais mais jovens são abatidos na planta da Friboi em Itapetinga.
- Exportação: Animais para o mercado externo são abatidos em outras unidades, como em Minas Gerais.
- Destino da carne: Aproximadamente 95% da produção é destinada à exportação, e 5% para o mercado interno, focando nos animais zero dentes (mais jovens e com melhor acabamento).
A parceria de longa data com a Friboi, desde 2015, mostra o crescimento conjunto e a busca por excelência na produção.
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Oportunidades e desafios para pequenos pecuaristas
Um dado da Secretaria de Defesa Agropecuária da Bahia revela que mais de nove em cada dez fazendas baianas possuem até 100 cabeças de gado.
Esses pequenos pecuaristas muitas vezes carecem de recursos para otimizar a carcaça de seus animais, seja por falta de tecnologia, nutrição adequada ou acesso a insumos de qualidade.
Nesse cenário, parcerias na engorda, como a realizada pela Captar, são cruciais. Elas permitem que esses produtores consigam melhorar seus animais e, consequentemente, acessar melhores mercados.
Há um vasto oceano de oportunidades para trabalhar com esses pecuaristas, oferecendo não apenas nutrição, mas também tecnologias como a rastreabilidade.
Rastreabilidade: um caminho sem volta
A rastreabilidade é um tema de crescente importância e se tornará obrigatória para 100% do rebanho brasileiro até 2032. Empresas como a Captar já estão à frente, com 100% de seu gado rastreado. Essa iniciativa, elogiada por Ivon de Almeida, é um exemplo a ser seguido.
A rastreabilidade traz benefícios importantes:
- Controle e gestão: Permite saber a procedência, volume, quantidade e qualidade da produção.
- Exigência de mercado: Mercados, inclusive os mais simples, estão cada vez mais exigentes em relação à origem e à qualidade da carne.
- Sustentabilidade: Garante que os animais não venham de áreas com problemas socioambientais (desmatamento, trabalho escravo), reforçando a responsabilidade com o consumidor final.
A JBS, através de seus escritórios verdes e da Plataforma Pecuarista Transparente (PPT), tem feito um trabalho fundamental de apoio aos pecuaristas para que se insiram nesse programa.
A pujança do agronegócio baiano
A Bahia, além de suas belezas naturais, se destaca pela pujança no agronegócio. José Roberto Bischofe Filho ressaltou a integração lavoura-pecuária na região Oeste, que tem acelerado a produção de animais de qualidade, com alto ganho de peso e melhor acabamento de carcaça em menor tempo.
A região Oeste da Bahia, inclusive, está atraindo grandes empresas de esmagamento de grãos, que produzirão subprodutos como DDG (grãos secos de destilaria com solúveis), importantes para a nutrição animal.
O estado se tornou o maior do Brasil em área irrigada, com 330 mil hectares, impulsionando ainda mais a produção. Essa sinergia promete um crescimento acelerado para a pecuária baiana.
Expansão e oportunidades futuras
A Captar tem um ambicioso projeto para 2030: dobrar o tamanho do confinamento para 130 mil cabeças estáticas, seguindo um modelo similar ao americano, integrado com frigoríficos e transporte. Essa expansão gerará mais empregos e movimentará ainda mais a economia local.
Tanto José Roberto quanto Ivon de Almeida veem muitas oportunidades de evolução para a pecuária no Norte e Nordeste.
A Bahia, com sua riqueza e potencial, precisa e compensa novos investimentos no setor. A colaboração entre produtores, confinamentos e indústrias é a chave para o crescimento contínuo e para que a carne baiana continue conquistando mercados no Brasil e no mundo.
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