Com a chegada da seca e a redução da oferta de pastagem, muitos pecuaristas ficam em dúvida sobre a melhor suplementação para o gado. Assista ao vídeo e saiba como tirar maior proveito da pecuária.
No episódio mais recente do quadro Dicas do Scoton, exibido nesta quarta-feira (2) no programa Giro do Boi, o doutor em zootecnia Maurício Scoton, professor da Universidade do Agro de Uberaba (Uniube), apresentou uma solução eficiente: o sequestro de bezerros.
Scoton destacou que o sequestro — prática de manter os animais em confinamento durante o período seco — pode ser uma alternativa rentável, especialmente se bem planejada.
“Você compra o bezerro no melhor momento e com o melhor perfil para recria, garantindo boa resposta tanto no cocho quanto no pasto”, explica o zootecnista.
Suplementação baseada em volumoso é a chave do sucesso
No sistema de sequestro, a dieta é composta majoritariamente por volumoso, como silagem. Cerca de 90% a 95% da alimentação do animal vem dessa base, o que torna essencial produzir silagem de boa qualidade e baixo custo.
“O segredo está na produtividade da lavoura. Quanto mais você colhe por hectare, mais barata fica cada tonelada”, reforça Scoton.
Na fazenda Marinheiro, o custo do sequestro gira em torno de R$ 260 por arroba produzida — um valor considerado competitivo, já que a compra de uma arroba no mercado pode chegar a R$ 360.
“Mesmo que a margem por arroba pareça pequena, lembre-se: você está produzindo várias arrobas com esse animal. O retorno vem no volume”, explica.
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Gado no cocho desde cedo garante desempenho e manejo ajustado
Além da questão econômica, o sequestro oferece vantagens zootécnicas importantes. Segundo Scoton, o bezerro já começa a ganhar peso logo após a desmama e se adapta melhor ao sistema, evitando a perda de condição corporal.
“Quando as chuvas voltam e o pasto se recupera, esse animal já está pronto para ser alocado, sem necessidade de recuperação”, diz.
Esse ajuste fino do manejo melhora o aproveitamento da pastagem e o desempenho geral do rebanho, resultando em mais arrobas produzidas ao final do ciclo.
“É uma operação sincronizada: o pasto sai e o animal entra forte”, resume o especialista.
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Quanto custa e quanto lucra: simulação mostra o potencial do sequestro
Para facilitar o planejamento do pecuarista, Scoton apresentou uma simulação econômica completa com base em um aplicativo gratuito desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O exemplo considera:
- Entrada do animal em agosto;
- Saída do sequestro em novembro;
- Desempenho de 600g/dia de ganho médio de peso (GMD);
- Posterior recria no pasto até entrada no confinamento em junho de 2026.
Com essas condições, o lucro líquido por animal é de R$ 1.033, com uma margem de 22% em menos de 10 meses.
A margem bruta mensal supera os 2,2%, índice que, segundo Scoton, é superior à maioria dos investimentos financeiros disponíveis no mercado.
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