NUTRIÇÃO ANIMAL

Silagem do gado: saiba as estratégias de quando abrir e evitar perdas

Evitar perdas na silagem começa com a decisão certa na hora de abrir o silo; especialista orienta como agir. Assista ao vídeo

Silagem do gado: saiba as estratégias de quando abrir e evitar perdas
Silagem do gado: saiba as estratégias de quando abrir e evitar perdas

O manejo correto da silagem do gado pode fazer toda a diferença na rentabilidade da pecuária, especialmente em tempos de insumos caros e margens apertadas. Um erro comum, porém recorrente, é na hora de abrir o silo para tratar os animais: deixar a lona aberta ou fechada? Assista ao vídeo abaixo para conferir as recomendações na íntegra.

Essa foi a dúvida enviada por Sidney Simoni, de Mandaguaçu (PR), e respondida por Edson Poppi, zootecnista e especialista em silagem há mais de 40 anos, no quadro Giro do Boi Responde.

A pergunta, simples à primeira vista, tem implicações grandes. Segundo estimativas, as perdas nas trincheiras de silagem no Brasil chegam a 30%.

E boa parte disso acontece por manejo inadequado após a abertura do silo. A resposta de Poppi é direta, prática e baseada em décadas de experiência no campo.

Estratégia ideal depende da umidade e do clima

Para o especialista, a melhor decisão é manter o silo aberto e ir enrolando a lona conforme o avanço do consumo.

A prática de fechar e reabrir a lona diariamente, embora pareça proteger o conteúdo, pode agravar o problema ao criar um ambiente favorável ao surgimento de fungos, especialmente quando a silagem tem alta matéria seca.

“Quando você abaixa a lona, principalmente em silagens mais secas, cria um ambiente escuro, quente e úmido. Isso é tudo que o fungo precisa para se desenvolver rápido”, explica Poppi.

Ou seja, o que parece uma proteção, na verdade, pode se transformar em um risco.

A única exceção, segundo ele, é em dias de chuva, quando a água pode encharcar a silagem e prejudicar o trato dos animais. Nesses casos, o ideal é proteger temporariamente com a lona, mas sempre garantindo que a área seja arejada e bem manejada no retorno do consumo.

Perdas de até 30% podem ser evitadas com prática simples

O Brasil é um dos líderes mundiais no uso de silagem como base alimentar para bovinos confinados ou em semi-confinamento.

No entanto, os prejuízos com perdas por fermentação indesejada e deterioração aeróbica ainda são enormes. Segundo Poppi, evitar esse desperdício é possível com uma estratégia simples: organização e disciplina na abertura do silo.

“É melhor deixar o silo aberto do que criar um ambiente para fungos. Se organizar o trato direitinho, o avanço sobre a silagem pode ser limpo e eficiente”, orienta o especialista. Isso significa:

  • Abrir a silagem em linha reta, sempre consumindo a frente;
  • Evitar cavar “buracos” para retirar porções avulsas;
  • Manter a face do silo compactada e reta;
  • Avançar pelo menos 30 cm por dia no verão e 20 cm no inverno;
  • Ajustar o volume diário ao número de animais em trato.

Com essas medidas, o produtor reduz significativamente as perdas e garante uma alimentação de melhor qualidade ao rebanho, com reflexos diretos no ganho de peso e na saúde animal.

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Decisão do produtor impacta o bolso e o desempenho do gado

Poppi lembra que, com o custo crescente dos insumos, não há margem para desperdício. Cada quilo de silagem perdido representa dinheiro jogado fora e desempenho comprometido.

A silagem mal manejada perde valor nutricional, atrai microrganismos indesejados e pode até comprometer a sanidade do rebanho.

“Tem gente que investe uma fortuna na ensilagem, mas perde boa parte na hora de abrir. Isso é o mesmo que rasgar dinheiro”, afirma.

Segundo ele, a adoção de boas práticas é acessível a todos os perfis de pecuaristas — basta informação, vontade e rotina.

O especialista finaliza com um alerta importante: “a silagem não perdoa erro”. Uma vez aberta, o processo de deterioração começa, e qualquer descuido custa caro. Por isso, a recomendação é manter o silo aberto com controle e avançar sempre de forma contínua.

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