Mesmo com cenário desafiador, Serasa aponta que pequenos e médios produtores rurais mantêm maior controle das dívidas
A inadimplência no agronegócio brasileiro se manteve estável em 7,6% no último trimestre de 2024, segundo dados divulgados pela Serasa. Apesar da estabilidade geral, o alerta veio do recorte por porte: os grandes produtores rurais lideraram os índices de inadimplência, com 10,2% de pessoas físicas com dívidas vencidas há mais de 180 dias.
Enquanto isso, os pequenos proprietários foram os que melhor controlaram seus compromissos, com inadimplência de 6,9%, seguidos pelos médios produtores, com 7,2%. O levantamento considera dívidas superiores a R$ 1 mil vencidas há mais de 180 dias e até 5 anos.
Sul tem menor inadimplência; Norte lidera ranking negativo
No recorte regional, o Sul do país mostrou a melhor performance, com apenas 5% dos produtores inadimplentes. Já o Norte registrou o maior percentual, atingindo 11,3%. Esse contraste evidencia as diferenças nas condições de produção e acesso ao crédito entre as regiões brasileiras.
Setor mostra resiliência mesmo com perdas
A Serasa destacou que, mesmo diante de custos elevados, perdas nas lavouras e instabilidades climáticas, boa parte do setor agropecuário conseguiu manter os pagamentos em dia, refletindo a resiliência e a maturidade financeira do campo.
“O cenário de estabilidade no agro brasileiro reflete a capacidade do setor de se reorganizar diante de adversidades e honrar seus compromissos”, afirmou a instituição em nota.
Atenção ao planejamento financeiro
Especialistas reforçam a necessidade de planejamento e gestão de risco, principalmente entre grandes produtores, que enfrentam margens mais apertadas e maior exposição ao crédito. Para 2025, a recomendação é clara: cautela nas contratações, controle de custos e atenção aos indicadores financeiros da fazenda.