
Com tecnologia e disciplina, produtor pode virar o jogo e alcançar lucro máximo na fazenda
Você sabia que mais da metade das fazendas brasileiras operaram no prejuízo nos últimos anos, mesmo com a arroba valorizada? Pois é. Isso acontece quando não há controle real da produção. A boa notícia é que a gestão na pecuária pode mudar esse cenário – e com apenas quatro indicadores essenciais na ponta do lápis.
Quem traz essa visão prática e transformadora é o zootecnista Leonardo Lima, convidado do quadro especial do Giro do Boi. Com quase 10 anos de experiência em campo, atendendo propriedades no Brasil e no Paraguai, Leonardo foi direto ao ponto: “A arroba pode estar alta, mas se a produção for baixa, o prejuízo é certo.” Assista à entrevista:
GMD, lotação, desembolso e valor de venda
Esses são os quatro indicadores que todo pecuarista precisa conhecer de cor. Eles são a base da gestão eficiente e determinam se a atividade dá lucro ou não.
- GMD (Ganho Médio Diário): mostra quanto o animal ganha de peso por dia.
- Lotação: indica quantos bois a fazenda sustenta por hectare.
- Desembolso: representa todos os custos por cabeça.
- Valor de venda: depende do mercado, mas deve ser acompanhado de perto.
“Só o valor de venda está fora do nosso controle. O resto está na mão do produtor. É só medir e ajustar”, afirma Leonardo.
O achismo custa caro
Muitos pecuaristas ainda não tratam a fazenda como empresa. Segundo o zootecnista, é comum encontrar quem não saiba quanto gasta nem quanto produz. O primeiro passo para virar o jogo é parar de trabalhar no escuro.
“Você acompanha os números da fazenda ou fica no achismo?”, questiona Leonardo. Para quem deseja resultados concretos, algumas práticas são indispensáveis:
- Fazer anotações diárias sobre a produção.
- Abrir uma conta bancária exclusiva da fazenda.
- Analisar mensalmente os indicadores.
Tecnologia aliada ao campo
Com os recursos atuais – de softwares simples a planilhas inteligentes – é possível controlar dados com precisão e tomar decisões com base em resultados. “Hoje, a capacidade de evolução das propriedades é muito maior, mas precisa haver organização. A gestão é a grande virada para a rentabilidade”, reforça o especialista.
Quem mede, melhora
A mensagem final é clara: sem número, não há decisão correta. Conhecer e acompanhar esses quatro indicadores pode ser o divisor de águas entre produzir no vermelho ou com margem positiva.
“Simples atitudes, como saber quanto se gasta por cabeça e quanto cada animal entrega em arroba, já mudam o rumo da fazenda”, afirma Leonardo.