TECNOLOGIA

Inoculante melhora a nutrição e aumenta em mais de 20% a produtividade do pasto

Pesquisador da Embrapa revela como bioinsumo com bactérias multifuncionais pode impulsionar produtividade e recuperação de pastagens degradadas. Assista ao vídeo

Inoculante melhora a nutrição e aumenta em mais de 20% a produtividade do pasto
Inoculante melhora a nutrição e aumenta em mais de 20% a produtividade do pasto

Uma tecnologia inovadora vem chamando atenção dos pecuaristas pela sua capacidade de aumentar significativamente a produtividade das pastagens. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes desta tecnologia.

Trata-se do uso de um inoculante que associa duas bactérias multifuncionais—Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens—capazes de elevar em média 22% a produção das braquiárias.

A novidade foi apresentada pelo pesquisador Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja, durante a Dinapec, feira tecnológica realizada de 24 a 26 de março em Campo Grande (MS).

Fórmula do composto biológico para o pasto

Desenvolvido por meio de uma parceria público-privada entre a Embrapa e a empresa Biotrop, o inoculante é um kit composto por três produtos específicos.

São eles: Biopasto PK, contendo Pseudomonas fluorescens (cepa CNPSo 2719); Pastomax N, que inclui Azospirillum brasilense (cepas CNPSo 2083 e 2084); e Biopasto Protege, um aditivo que protege as bactérias contra raios solares e dessecação durante a aplicação.

Como o inoculante age nas pastagens?

O pesquisador Marco Antonio Nogueira explica que a ação dessas bactérias melhora consideravelmente a nutrição das forragens.

A Azospirillum brasilense promove principalmente o crescimento das raízes das plantas, chegando a triplicá-las. Isso favorece uma maior absorção de nutrientes e água do solo.

Além disso, essas bactérias realizam fixação biológica de nitrogênio, proporcionando aumento médio de 13% na concentração deste elemento e de 10% no potássio (K).

Já a Pseudomonas fluorescens atua intensamente na melhoria da absorção de fósforo (P) e potássio (K). Segundo Nogueira, sua aplicação resultou em aumentos médios de 30% nos níveis de fósforo e 11% nos de potássio.

“Essas duas bactérias trabalham em sinergia, potencializando a eficiência dos nutrientes nas pastagens, especialmente em áreas já estabelecidas”, destaca o pesquisador.

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Recuperação de pastagens degradadas

Atualmente, o Brasil possui cerca de 180 milhões de hectares de pastagens, sendo que 70% delas apresentam algum nível de degradação.

Essas áreas, que têm produtividade abaixo do potencial, podem ser significativamente recuperadas com o uso do inoculante, conforme aponta o especialista da Embrapa.

“O uso desses microrganismos aumenta a eficiência no aproveitamento dos fertilizantes já aplicados, contribuindo diretamente para a recuperação de pastagens degradadas”, reforça Nogueira.

Ao melhorar o sistema radicular das plantas, o inoculante promove uma absorção mais eficiente dos nutrientes, potencializando os resultados dos investimentos em adubação.

Vantagens econômicas e ambientais

A adoção desse inoculante nas pastagens brasileiras traz benefícios não apenas econômicos, mas também ambientais. O Brasil importa hoje cerca de 80% dos fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos (N-P-K) que utiliza.

Ao melhorar o aproveitamento desses nutrientes, o inoculante contribui para reduzir os custos com fertilizantes e a dependência externa desses insumos.

Além disso, a tecnologia ajuda a diminuir as emissões de gases de efeito estufa, ao otimizar o uso dos fertilizantes e reduzir a necessidade de aplicações frequentes.

“O impacto positivo não é somente econômico. Essa tecnologia contribui para uma pecuária mais sustentável, com ganhos ambientais claros”, enfatiza o pesquisador.

Tecnologia acessível para todas as fases das pastagens

Outro grande destaque desta tecnologia é sua versatilidade de aplicação.

O pesquisador Marco Antonio Nogueira ressalta que o inoculante pode ser utilizado tanto na implantação de novas pastagens quanto em áreas já estabelecidas, atendendo uma demanda importante dos produtores rurais que precisam recuperar áreas produtivas degradadas.

“Desenvolvemos esse bioinsumo justamente para facilitar o manejo e aumentar a produtividade em diferentes contextos de pastagens, desde aquelas que estão sendo recém-implantadas até aquelas que precisam ser recuperadas. É um grande avanço para a pecuária nacional”, conclui o especialista.

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