Na busca por maior produtividade leiteira, animais menores e mais rústicos, muitos produtores têm considerado o uso de touros Jersey em suas matrizes cruzadas. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações completas.
Essa dúvida surgiu justamente do pecuarista Jales Castro Takeda, de Aracaju, Sergipe, proprietário de um rebanho com 50% Brahman, 25% Tabapuã e 25% Girolando.
O tema foi esclarecido nesta terça-feira, 29 de abril, por Guilherme Marquez, renomado zootecnista e especialista em genética leiteira, no quadro “Giro do Boi Responde”.
Segundo Guilherme Marquez, introduzir uma nova raça, especialmente uma tão diferente como o Jersey, pode não trazer os benefícios esperados.
O especialista explica que adicionar o touro Jersey ao cruzamento já existente geraria animais com 25% Brahman, 12,5% Tabapuã, 12,5% Girolando e 50% Jersey, resultando em uma composição genética complexa e difícil de manejar.
Riscos de um cruzamento excessivamente complexo
Marquez destaca que o excesso de raças envolvidas pode complicar o objetivo inicial do produtor.
“Quando você adiciona uma quarta raça ao cruzamento, fica complicado aproveitar plenamente a heterose (vigor híbrido), que é justamente um dos principais benefícios dos cruzamentos bem planejados”, afirma.
Ele ressalta que cada raça inserida diminui o percentual genético das anteriores, reduzindo a previsibilidade das características desejadas, como maior produção leiteira e rusticidade.
“A combinação genética fica muito fragmentada, e os resultados podem ser imprevisíveis, dificultando o manejo e a consistência produtiva”, acrescenta o especialista.
A alternativa recomendada: touro Girolando
Para atingir os objetivos do produtor sergipano, Guilherme Marquez sugere a utilização de um touro Girolando com porte menor, provado geneticamente para produção de leite.
Segundo o especialista, essa opção manteria maior equilíbrio genético, aumentando a produtividade leiteira e reduzindo o tamanho dos animais, conforme desejado por Jales.
“O Girolando já é uma raça adaptada à produção leiteira em ambientes tropicais e apresenta bons resultados quando utilizada corretamente. Ao optar por um touro Girolando comprovado, com alto potencial produtivo e menor porte, você obterá resultados consistentes, maior controle genético e animais produtivos e rústicos”, esclarece Marquez.
Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!
Otimizando resultados com genética adequada
Guilherme Marquez reforça que o segredo para bons resultados na produção leiteira está em um cruzamento bem planejado.
“Maximizar a raça leiteira predominante nesse cruzamento é muito mais eficiente do que adicionar uma nova raça. O foco deve estar em selecionar touros provados com genética direcionada aos seus objetivos”, complementa.
Ele ainda destaca que investir em touros com avaliação genética precisa permite produzir animais menores, altamente produtivos e adaptados às condições climáticas brasileiras, garantindo rusticidade e eficiência na produção leiteira.
Conclusão do especialista
Em resumo, Guilherme Marquez recomenda que o pecuarista sergipano evite o cruzamento com o touro Jersey devido à complexidade genética resultante.
A melhor opção para obter animais menores, produtivos e rústicos seria o uso estratégico de touros Girolando com avaliação genética provada para leite e tamanho reduzido.
Essa escolha proporcionará maior controle sobre os resultados e otimizará o desempenho produtivo do rebanho.
Tem dúvidas? Envie sua pergunta
Você também pode obter resposta à sua pergunta sobre qualquer dúvida que tiver na fazenda.
Envie para o quadro Giro do Boi Responde no link do WhatsApp do Giro do Boi, pelo número (11) 93310-7346 ou ainda pelo e-mail [email protected].
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.