Um pecuarista do interior de São Paulo perguntou em mensagem ao Giro do Boi se algum produto consegue reduzir a proliferação de algas no açude em que seu rebanho bebe água na fazenda.
Mas embora a maior parte dos bovinos brasileiros bebam água de um reservatório natural, como é o caso de um açude ou lago, o produtor tem muito pouco controle sobre a qualidade do líquido. Foi o que ponderou o médico veterinário Fernando Loureiro.
“A gente exerce a gestão, o controle dos bebedouros, das pilhetas. No bebedouro artificial. Aquele feito pelo ser humano para atender os animais. A gente tem possibilidade de controlar a frequência de lavagens, a limpeza, retirar matéria orgânica, as folhas do capim, os farelos que os animais levam na boca e também esse crescimento de alga, crescimento de lodo, que é o substrato – aquilo que vai alimentar as bactérias e os protozoários que são nocivos aos animais”, informou.
“Nos açudes, nas represas e nas lagoas é muito difícil exercer esse controle”, disse o especialista. “Porque todos os produtos que poderiam surtir efeito a gente joga em função de um volume de água. E aqui o volume de água, além de ser muito grande, é variável. Nos meses secos do ano, nos meses de menos chuva, eles vão estar mais baixos. Nos meses com excesso de chuva, eles vão estar mais altos. E essa variação é um desafio”, completou.
“Mais de 90% dos bovinos no Brasil bebem água em açudes, só que a gente não tem como exercer esse controle. A cada chuvarada, a enxurrada, a chuva leva para dentro do açude não só o esterco dos animais que está ali em volta, a urina, mas também leva restos em decomposição de pequenos animais silvestres mortos, ossos de animais mortos, possíveis sobras de defensivos que foram usados nos pastos. Então a gente não exerce um controle sobre isso”, concluiu.
Assista a resposta em vídeo de Fernando Loureiro no player a seguir:
Foto: Reprodução / Facebook