MANEJO DE PASTAGEM

Cupins devastam pasto e pecuarista pede socorro: qual variedade resiste à praga?

A especialista aponta manejo correto e alternativa forrageira para enfrentar o problema

Cupins devastam pasto e pecuarista pede socorro: qual variedade resiste à praga?
Cupins devastam pasto e pecuarista pede socorro: qual variedade resiste à praga?

A pecuarista Hosana Gonçalves, de Pedranópolis (SP), lançou um pedido de socorro ao Giro do Boi Responde desta quarta-feira (5). Sua propriedade de recria e engorda está sofrendo com uma infestação severa de cupins, que dizimou os pastos de Brachiaria, exceto os piquetes da variedade Miyagui. Assista ao vídeo abaixo e confira.

Apesar de já ter feito a correção do solo, passado herbicidas e tomado outras medidas, o problema persiste.

Para esclarecer a questão, a zootecnista e doutora em forragicultura Janaína Martuscello, professora da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), explicou os impactos dos cupins nas pastagens e as melhores estratégias para combatê-los.  

Cupins subterrâneos desafiam pecuaristas

Degradação do pasto faz pecuarista perder em média R$ 40 por arroba em 2023
Degradação do pasto faz pecuarista perder em média R$ 40 por arroba em 2023

O ataque de cupins em pastagens tem sido relatado em várias regiões do Brasil, especialmente após um período de seca severa.

Segundo Martuscello, existem dois tipos principais de cupins que afetam as pastagens: os de montículos, que formam os cupinzeiros visíveis, e os subterrâneos, conhecidos como cupins de galeria, que são mais difíceis de detectar e controlar.  

“Os cupins de montículos, apesar de chamarem mais atenção, não costumam causar grandes prejuízos diretos à forragem. Já os de galeria, como os que atacaram a propriedade da Hosana, são mais problemáticos. Eles agem de forma semelhante às formigas cortadeiras, comprometendo o crescimento das plantas e reduzindo drasticamente a produção de forragem”, explicou a especialista.  

Como combater os cupins de galeria?

Para lidar com a infestação, o controle deve ser integrado. A aplicação de inseticidas específicos é uma alternativa, mas precisa ser combinada com práticas corretas de manejo.

Segundo Martuscello, o primeiro passo é garantir que o solo esteja bem corrigido, pois a presença de cupins costuma estar associada a pH baixo e degradação da pastagem.

“A Hosana já fez a análise do solo e a calagem, o que é um ponto positivo. Mas é essencial que ela mantenha uma boa lotação do pasto, sem sobrecarregar a área, para que o capim tenha condições de se recuperar e desenvolver um sistema radicular forte”, destacou.

Além disso, o uso de adubações periódicas e o monitoramento constante da presença de pragas são fundamentais. Manter inseticidas no galpão para aplicação imediata ao primeiro sinal de infestação pode evitar prejuízos ainda maiores.

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Qual a melhor variedade para resistir ao ataque?

Um ponto curioso do relato da pecuarista foi o fato de que os cupins destruíram todas as áreas de Brachiaria, mas não afetaram os piquetes da variedade Miyagui.

Esse comportamento sugere que a espécie apresenta maior resistência ao ataque das pragas, tornando-se uma opção interessante para pecuaristas que enfrentam o mesmo problema.

“Embora ainda sejam necessários mais estudos para confirmar a resistência da Miyagui, o fato de ela ter sido poupada na propriedade da Hosana é um indicativo promissor. Os pecuaristas podem considerar testar essa variedade em áreas de maior risco para verificar sua adaptabilidade e proteção contra os cupins”, ressaltou Martuscello.  

Prevenção é a melhor estratégia

Trator fazendo calagem em área de pastagem. Foto: Divulgação
Trator fazendo calagem em área de pastagem. Foto: Divulgação

Os desafios climáticos e o aumento de pragas reforçam a necessidade de um planejamento eficiente no manejo das pastagens.

A mortalidade das forrageiras raramente é causada por um único fator, sendo resultado de uma combinação de seca, solo empobrecido e ataque de pragas.

“Ano após ano, temos enfrentado problemas com cigarrinhas, lagartas e agora cupins. Por isso, é essencial que os pecuaristas adotem um controle preventivo, utilizando inseticidas de forma estratégica e garantindo um manejo adequado da pastagem para evitar a degradação do solo”, concluiu a especialista.  

Para os produtores que enfrentam dificuldades semelhantes, a recomendação é investir no monitoramento constante da propriedade, corrigir o solo, diversificar as forrageiras e, sempre que necessário, buscar apoio técnico para evitar que as pragas comprometam a produtividade da fazenda.  

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