Nesta segunda-feira, 30, o Giro do Boi recebeu para entrevista a pecuarista e presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teka Vendramini (segunda da esq. para a dir. na foto acima), para fazer um balanço do agronegócio em 2020 em meio a tantos desafios.
“A gente hoje aprendeu a andar no meio disso tudo, a viver. […] Eu digo que não é para acostumar com essa situação, a gente tem que continuar se cuidando, tomando cuidado com a gente, com os nossos colaboradores, mas o pior foi naquele começo, para o Brasil, para o mundo todo. A gente ficou atônito, sem saber o que fazer e cada um se trancando de da sua casa, dentro da sua propriedade com medo do desconhecido. […] Mas tem um ponto do agronegócio que eu vivi – o agro não parou! Eu tenho a honra de falar isso”, enalteceu Vendramini.
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“MAIOR FÁBRICA DE ALIMENTO DO MUNDO”
A executiva da SRB destacou que é preciso aproveitar todas as oportunidades para reconhecer o setor. “Mostrar para o Brasil inteiro que o agro não parou. Dentro do Brasil a gente não viu uma vez e nem se falou que poderia faltar comida porque o agro estava funcionando. A gente estava realmente dentro da maior fábrica de alim
ento do mundo. Ninguém estava preocupado se ia ao supermercado e faltar um pacotinho – de arroz, de feijão. Como em vários países aconteceu. Eu acho que nesse crise, que eu chamo de crise transformadora, quem saiu fortalecido e está mostrando a que veio é o agronegócio e o trabalhador rural”, elogiou.
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Teka em meio a uma plantação de abacaxi em pequena propriedade no Pará, mais estado produtor da fruta no Brasil.
Teka comentou algumas das iniciativas da SRB ao longo de 2020, como a luta pelo respeito à propriedade privada, segurança alimentar pós-pandemia, acompanhamento de movimento de pais e mães preocupadas com algumas cartilhas escolares apontando o produtor rural como vilão do meio ambiente.
A executiva reconheceu que mesmo em meio aos desafios, o setor segue gerando riqueza para o país. “As coisas que eu tenho oportunidade de viver como presidente da Sociedade Rural Brasileira, como ser humano, me fazem ficar desse tamanhinho. Cada vez mais eu me sinto tão pequenininha perto da imensidão desse Brasil. E não é da boca para fora! Das emoções que vi, das pessoas que eu conheço, e vejo a imensidão desse trabalho do agronegócio é um espetáculo. Eu tenho uma satisfação imensa”, comentou.
Ainda em 2020, Teka passou a integrar o conselho do Fundo pela Amazônia, iniciativa do programa Juntos pela Amazônia, da JBS, também assumiu o conselho consultivo da Febraban, a Federação Brasileira de Bancos, e a presidência da Fermercosur, a Federação das Associações Rurais do Mercosul, que representa associações rurais de seis países do bloco.
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Vendramini celebrou ainda o aumento da participação dos jovens na própria SRB. “Eu iniciei a minha gestão com 260 jovens (no programa Rural Jovem). Hoje nós estamos beirando 500 jovens organizados dentro da Sociedade Rural Brasileira. E eu me emociono, são jovens do Brasil inteiro que estão comigo, junto com a Sociedade Rural Brasileira. E estão querendo dar continuidade pelo trabalho nosso, das nossas famílias. É uma moçada firme que está comigo hoje”, emocionou-se. Teka lembrou ainda da eleição nesta segunda, dia 30, da chapa da Rural Jovem que passará a integrar a diretoria da SRB.
Ainda em sua entrevista, Teka demonstrou preocupação com o recente aumento do ICMS para o agronegócio em SP. “O que me preocupa muito são algumas cobranças que estão vindo em cima do agronegócio. Aqui no estado de São Paulo está vindo um aumento de ICMS para o agro. A gente, com certeza, está de olho nisso e fazendo o que é possível e o que não é possível também. Eu acho que o agronegócio foi o único setor que contratou nesses últimos meses, nesse ano de coronavírus e ele está sendo ‘premiado’ com aumento de alíquotas, que é uma coisa que não deveria acontecer. Um prêmio negativo”, lamentou.
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Para 2021, a executiva da SRB reforçou a importância de tocar as reformar propostas pelo governo federal. “A gente tem que tentar fazer com que o agro tenha espaço para que continue trabalhando sem esses problemas. E eu acho que não depende só da gente, acho que depende muito do nosso governo federal, que caminha fazendo as reformas necessárias que a gente está precisando para o Brasil. Vamos esperar nossa reforma tributária, nossa reforma administrativa, elas precisam andar para todos, não é só o agro”, opinou.
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Veja no vídeo a seguir a entrevista completa com Teka Vendramini:
