A infestação de lagartas e cigarrinhas-das-pastagens tem tirado o sono dos pecuaristas brasileiros em 2024. Relatos de perdas severas nos pastos, que chegam a 100% em algumas propriedades, vêm de diversas regiões do País, segundo o engenheiro agrônomo Danilo Vedove, da Agrozoo, em entrevista ao programa Giro do Boi. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.
Essas pragas, comuns durante o período chuvoso, apareceram este ano com intensidade inédita, comprometendo braquiárias, pânicos e até espécies consideradas mais tolerantes.
Desafios nunca vistos no campo
“O problema é alarmante”, explica Vedove.
Em áreas visitadas por ele, foi constatada a presença de até quatro espécies de lagartas simultaneamente, como a Spodoptera, a lagarta-preta e a falsa-medideira.
Além disso, a cigarrinha-das-pastagens intensificou seus ataques, amarelando grandes áreas e prejudicando as rebrotas.
“Estamos vendo lagartas atacarem até capim capeta e plantas como o fedegoso, algo nunca antes registrado”, alerta o agrônomo.
O desequilíbrio ambiental causado pela seca e queimadas severas de 2024 contribuiu para a proliferação dessas pragas, enquanto as chuvas, que tradicionalmente ajudam a controlar a infestação, não surtiram o mesmo efeito.
“Este ano, áreas chegaram a enfrentar até três ciclos consecutivos de lagartas. É uma situação atípica e muito grave”, ressalta Vedove.
Soluções biológicas para um problema crescente
A boa notícia é que avanços tecnológicos estão ajudando no controle eficiente dessas pragas. Produtos biológicos, como o BioTop, desenvolvido pela Agrozoo, têm se mostrado eficazes contra lagartas e cigarrinhas.
“O BioTop é composto por quatro microrganismos que atuam em diferentes fases das pragas, inclusive na ninfa da cigarrinha, protegida pela espuma no pasto, o que dificulta seu combate com métodos convencionais”, explica Vedove.
Ao contrário dos inseticidas tradicionais, os biológicos permanecem no ambiente por mais tempo e são eficientes em locais de difícil acesso, como o baixeiro das plantas. Essa abordagem não só interrompe o ciclo das pragas como garante maior segurança para os pastos no período das águas.
Prevenção é a chave contra lagartas e cigarrinha-das-pastagens!
Vedove reforça a importância de ações preventivas e monitoramento constante.
“Não adianta esperar os danos para agir. As lagartas consomem as folhas rapidamente, e as cigarrinhas, ao voarem, já completaram mais de 50 dias de ciclo no pasto. A prevenção, aliada a produtos de médio e longo prazo, é essencial para evitar perdas irreversíveis”, conclui.
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