São até 12 litros por hora, o que pode resultar em até 10% do próprio peso em um dia. Esse volume expressivo diz respeito à quantidade de suor que é produzida por um cavalo durante a lida, treinamento ou competição.
Em entrevista à equipe de reportagem do Giro do Boi que foi exibida nesta sexta, 20, o médico veterinário e consultor especialista em equinos Mário Duarte listou dicas para que o criador compense todo o esforço de sua montaria.
“O cavalo que trabalha demais em temperaturas quentes costuma transpirar bastante e o suor é fundamental para ele regular a temperatura. Nós chamamos isso de termorregulação. Existe uma curiosidade que apenas os primatas, que são os macacos, os seres humanos e os equídeos, os cavalos, suam. É uma característica das nossas espécies”, informou Duarte.
“Mas o cavalo, por ter uma musculatura desproporcionalmente grande, também gera uma grande quantidade de calor e ele precisa dissipar esse calor. E como ele faz isso? Usando o suor!”, explicou.
De acordo com o veterinário, o cavaleiro não deve privar o cavalo de se hidratar em momento algum. “O que é importante é não deixar os cavalos sem água. Tendo oportunidade, os cavalos devem tomar água. Eles têm uma perda no suor significativa, é mais ou menos por volta de 12 litros de suor por hora e, em condições, por exemplo, como nós estamos vivenciando agora, momentos de extremo calor, é fundamental ter esse cuidado. Outro cuidado é repor os minerais que esses cavalos vão perder através do suor. Por isso uma boa suplementação com minerais”, detalhou Duarte.
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O especialista recomendou que o cavaleiro não deixe o suor secar no cavalo. “A melhor maneira de fazer isso é uma boa ducha; A gente costuma fazer primeiro refrescando bem pelas pernas ,depois entre as pernas, peito, ir para o costado e as costas por último. Mas é importante que se retire o suor de cavalos que trabalham. Quem gosta de ter cavalos com pelagens bonitas, é bom não deixar o suor secar no cavalo”, acrescentou.
Duarte explicou ainda porque eventualmente forma-se uma espuma a partir do suor dos equinos. “Os cavalos tem realmente uma proteína, uma saponina, um sabão, um detergente no suor. Além de água e minerais, ele também secreta essa substância proteica e, se houver fricção, ela faz espuma. Então é comum a gente olhar alguns cavalos com espuma branca, geralmente entre as pernas, geralmente aonde a rédea esfrega no pescoço, as vezes no cilhadouro a gente vê a presença dessa espuma branca. Existe um mito entre os peões que diz que cavalo que sua com muita espuma não tem uma condição física, ou melhor, o trabalho excedeu a condição física dele, mas isso não é comprovado cientificamente”, revelou.
Por fim, Duarte elencou três passos para compensar todo o esforço e suor dos cavalos.
1 – “Mineralização com um bom sal mineral de uma boa marca à vontade no cocho, disponível aos animais em todos os tempos”;
2 – “Não privar o cavalo de beber água. Naquele intervalo de trabalho, deixar o cavalo beber, quando está passando por um córrego, deixar ele tomar água e fazer a reidratação”;
3 – “Se possível, no final do dia, para esse cavalo poder relaxar bem, nada melhor que uma boa ducha, tirar aquele suor seco”.
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Veja a reportagem completa no vídeo a seguir: