CRUZAMENTO INDUSTRIAL

Nelore ou cruzado: quem ganha na balança? A conversão alimentar está intrigando pecuaristas

Especialista explica as diferenças entre os dois sistemas de produção, destacando eficiência alimentar, custo fixo e rendimento de carcaça

Nelore ou cruzado: quem ganha na balança? A conversão alimentar está intrigando pecuaristas
Nelore ou cruzado: quem ganha na balança? A conversão alimentar está intrigando pecuaristas

No quadro “Giro do Boi Responde” desta quarta-feira, 27 de novembro, uma pergunta chamou a atenção de pecuaristas e especialistas. Ticiano Ramos, do Nelore Mucuri, localizado em Esplanada, na Bahia, quis saber se existe uma constatação de qual gado tem melhor conversão alimentar: o Nelore puro ou o meio-sangue europeu.

A dúvida, comum entre produtores, foi respondida pelo zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial. Assista ao vídeo abaixo e confira essa análise detalhada.

A eficiência alimentar no foco da pesquisa entre Nelore e cruzado

A dúvida de Ticiano reflete um questionamento recorrente: os animais cruzados realmente consomem mais, mas convertem melhor?

De acordo com Alexandre Zadra, trabalhos da Embrapa apontam que animais inteiros, sejam eles Nelore ou cruzados, possuem uma conversão alimentar semelhante quando submetidos às mesmas condições de conforto térmico e manejo. Na média, ambos consomem cerca de 8,7 kg de matéria seca para cada quilo de peso vivo ganho.

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O que difere, no entanto, é o apetite. Animais F1, como Angus x Nelore ou Simental x Nelore, possuem metabolismo mais acelerado e, por isso, demonstram maior consumo alimentar.

Contudo, o Nelore, com metabolismo mais estável, apresenta ligeira vantagem em rendimento de carcaça e musculatura em determinadas condições.

Custo fixo e lucratividade no cruzamento industrial

Lote de machos Angus castrados. Foto: Divulgação
Lote de machos Angus castrados. Foto: Divulgação

Uma das vantagens do cruzamento industrial apontada por Zadra é a redução no custo fixo da fazenda. Com o ciclo de produção mais rápido, o F1 pode ser abatido um ano antes, reduzindo despesas fixas como manutenção de maquinário, salários e depreciação de instalações.

Assim, mesmo consumindo mais, o cruzado apresenta um ganho financeiro significativo ao encurtar o tempo até o abate.

No entanto, é importante lembrar que cada propriedade deve avaliar suas condições de manejo, alimentação e mercado para definir qual sistema é mais eficiente e lucrativo.

O equilíbrio entre conversão e rendimento

No comparativo entre Nelore e F1, a escolha depende do objetivo do pecuarista. Para quem prioriza carcaça e rendimento de cortes, o Nelore pode ser uma excelente escolha.

Já para quem busca agilidade no ciclo produtivo e maior lucratividade no curto prazo, o cruzamento industrial se destaca. A decisão, como ressaltou Zadra, deve ser pautada em dados concretos e nas condições específicas de cada fazenda.

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