Nesta quarta, 21, para Giro do Boi reexibiu reportagem da série especial Rota do Boi gravada na Fazenda Dois Irmãos, em Japorã, fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O local é o palco da história de Valdomiro e Francisco Carlos, irmãos trabalhadores que começaram a vida como comerciantes até chegar ao sucesso na pecuária de corte com um segredo muito simples em sua fórmula: “mato alto”.
“Primeiro você tem que ter palha para o boi. Se não tiver o mato meio alto, não engorda o boi. Não pode pegar vento na canela. Se pegou vento na canela, o boi fica no efeito sanfona, vai e volta”, resumiu Valdomiro Carlos em entrevista à equipe de reportagem do Giro do Boi. A relação, de acordo com o pecuarista, é simples. “O animal desenvolve com aquilo que ele come, se ele não comer não desenvolve”, resumiu.
Valdomiro recorda que chegou à região em 1976 e começaram a se estabelecer por lá através do comércio. “Nós chegamos aqui primeiro com comércio, abrindo um armazém secos e molhados. Naquele tempo era armazém, tinha um balcãozão de 18 metros, o pessoal levava toda a família. Aí em 1978 eu comecei já a mexer com um gadinho, fui comprando, comprei o primeiro sítio, depois comprei outro e foi juntando. Naquele tempo a gente tava em sociedade, eu com meus irmãos, e até que fomos comprando de pouquinho em pouquinho e hoje temos uns 500 alqueires”, contou.
O produtor tem uma parte de gado de cria e parte reposição de compra. “Um pouco a gente compra, uma compra um gado bom. De elite é caro, eu acabo comprando um pouco desse gado cruzado também. Os crioulos já são melhores, monta natural na vaca crioula, é mais prático”, opinou Valdomiro.
Segundo Valdomiro, fórmula do sucesso é o mato alto: boi não pode tomar vento nas canelas.
Assim como nas outras fases do sistema produtivo da fazenda, a terminação também não tem nada de rebuscado – uma suplementação para o pasto bem manejo.
“Aqui o manejo é feito assim. Nós estamos sempre acompanhando o gado, eu mesmo acompanho meu gado direto e manejando o gado, sempre mudando de pastagem. Isso é o principal. Nós sempre estamos investindo em melhoria com reforma de pastagem, com adubo, calcário, fazendo correção de solo, curva de nível, comprei os implementos todos pelo banco e estamos pagando. […] No próximo ano eu quito tudo, se Deus quiser”, acrescentou Francisco Carlos.
A atenção com o pasto tem feito a fazenda colher bons resultados “A gente matava gado no passado e era um boi de quatro anos. Hoje estamos matando com 28 a 30 meses, com bom rendimento, com boa carcaça e bom peso”, aprovou Francisco.
O produtor, inclusive, se emocionou ao falar da batalha diária como produtor rural. “O resultado depende muito de trabalho, dedicação, honestidade e acreditar na atividade”, completou, em prantos.
Francisco se emociona ao falar da vida como pecuarista.
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Confira a reportagem completa no vídeo a seguir: