Antes das chuvas, Brasil Central terá nova quebra de recorde de altas temperaturas

Locais do MS e SP que tiveram máxima histórica de calor registrarão novos recordes na próxima semana; chuvas devem cair a partir da 2ª metade de outubro/novembro

Antes de receber as esperadas precipitações da estação das águas, áreas do Brasil Central deverão registrar, na próxima, nova quebra de recorde de altas temperaturas. Foi o que projetou, no Giro do Boi desta sexta, dia 02, o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Mapa.

Segundo Schneider, regiões no entorno de Água Clara, no nordeste do MS, com 44º C, e regiões de Lins e Votuporanga, interior de São Paulo, com quase 42º C, já registraram máximas históricas nesta semana e poderão voltar a sofrer com o forte calor.

“A Região Central, ainda como vocês podem ver, entre sexta e sábado, continua relativamente clara ou com cores avermelhadas e alaranjadas (apontou no mapa), indicando que o sistema de ar quente e seco, que é o bloqueio atmosférico, ainda continua forte nessas regiões, fazendo com que as máximas voltem a passar dos 44º C. A gente vai ver que a próxima quarta ou quinta-feira (07 e 08/10, respectivamente), essa região norte e nordeste do Mato Grosso do Sul, parte do Pantanal, e o noroeste de São Paulo, mas principalmente o norte e nordeste do Mato Grosso do Sul devem ter máximas que podem superar os 45º C graus e quebrar, novamente, o recorde histórico destas estações dessas regiões no Brasil. São algumas temperaturas mais altas da história que a gente já teve nos registros no País, e esta região, como a gente viu, já teve essa quebra de recordes”, revelou.

Dentro dos próximos dias, Schneider confirmou que os chuvas ficam mais restritas ao Norte e Sul do Brasil. “Imagem de satélite mostra que temos chuva no Norte e no Sul do País. No Norte já está atingindo algumas fazendas e áreas rurais de Juína e Juara, no norte do Mato Grosso, e na divisa com o Pará”, acrescentou.

“A umidade ou água precipitável dá boa notícia para o Norte do País, então ao norte do Mato Grosso e pegando toda Região Amazônica, Pará e principalmente Amazonas, tem já umidade disponível. Com esse calorão que tem acontecido, vai ter pancada de chuva naquela região”, frisou.

“Tem umidade disponível para temporais na sexta-feira, bastante chuva. Vai um aviso, alerta e cautela. Algumas áreas com granizo entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os volumes de chuva podem passar dos 50, 60 mm, principalmente na área central e sul gaúcho na sexta-feira e no sábado, aí sim, chega uma frente fria de forte intensidade, mas ela se desloca para o oceano. Ela traz queda de temperatura bastante acentuada no Sul, no leste de São Paulo, e ajuda a trazer um pouquinho de umidade. Pode ter alguma pancada muito isolada na região do Pantanal, mas continua seco na Região Central”, acrescentou.

Schneider aproveitou para responder pergunta de Lincoln Silva, telespectador de São Félix do Xingu-PA, que questionou sobre o calor, comum na região. “Vai acontecer mudança nos próximos dias, principalmente agora na segunda quinzena (de outubro). Com a umidade voltando, esse calor vai ficar cada vez mais abafado, então o que a gente chama de índice de calor: as temperaturas sobem acima dos 30º C, mas a sensação térmica, ou esse índice de calor, pode e deve ir além dos 40º C e a sensação de abafamento é bastante grande”, explicou.

Ainda em resposta a telespectador, Schneider comentou o tempo na região de Campinas-SP. “A novidade, falando novamente a partir dos dias 07 e 08 de outubro, na semana que vem, final da quarta-feira e principalmente quinta-feira e próximo fim de semana, é umidade mais elevada e com chuvas passando de 50 mm no canal de umidade no Centro-Oeste, Sudeste, pegando parte do Mato Grosso do Sul, São Paulo, região de Minas Gerais, onde a chuva também muito bem vinda, e para a própria região de Goiás e Tocantins”, previu.

Segundo Schneider, a partir desta segunda quinzena de outubro e novembro as chuvas voltam com mais regularidade nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil.

+ Por que o inverno foi atípico no Brasil e como fica o tempo na primavera em 2020?

Veja a previsão completa no vídeo abaixo:

Foto: Arnaldo Alves / ANPr