Em RO, fazenda evolui da ração batida na enxada ao confinamento profissional

Investindo na engorda intensiva, fazenda reduziu em um ano a idade de abate dos animais, de 36 para 24 meses, e conseguiu agregar valor à carne produzida

Para começar a intensificação da engorda, a propriedade lançou mão até da enxada para misturar a ração do confinamento. O esforço compensou. Depois de profissionalizar o sistema de terminação, a fazenda reduziu em um ano a idade de abate de seus animais e passou a acessar protocolos de carne de qualidade pelo tipo do gado comercializado.

Esta é uma breve história da evolução da Fazenda Montana, em Vilhena, estado de Rondônia, e que foi relatada em reportagem da série especial Rota do Boi reexibida no programa desta quarta, dia 09.

“Fechamos uns bois ali para fazer um experimento, começamos com 90 bois, tratamos, misturando ração na enxada e fizemos o primeiro tombo. Fechamos o segundo. Aí, no segundo ano, a gente já optou em fazer um confinamento. Fizemos uma estrutura de pequeno porte, de 414 bois, deu um resultado excelente e hoje já temos esse resultado aqui. A planta bem maior. E estamos na correria, lutando todo dia para fazer boi de qualidade, carne de primeira, é e isso que importa”, resumiu Douglas Souza Silva, gerente administrativo da Fazenda Montana.

Os animais destinados à terminação na propriedade vem de reposição, chegando à fazenda com sete a oito arrobas, sendo recriados a pasto com suplementação em cocho para preparar para a fase seguinte.

“Não dá rejeição, flui tudo normalmente, com a adaptação certinha no pasto e vai embora”, explicou Silva.

Depois de consolidar o confinamento, a propriedade já conta com estrutura com capacidade estática para 2.600 cabeças, que oferece importante ajuda para aliviar as pastagens da fazenda na época da seca.

“Sem essa ferramenta esse ano, por exemplo, a gente ia passar no sufoco porque a seca foi atípica, o clima não ajudou, teve pouca chuva […]. Mas eu vejo o confinamento como uma ferramenta importante e ela veio pra ficar. Acredito que, daqui pra frente, é difícil pisar no freio, a tendência é só crescer”, projetou o gerente.

Além de ajudar a folgar a pressão sobre as pastagens no período de maior restrição, o sistema, que ajudou a reduzir a idade ao abate média da fazenda de 36 para 24 meses, também contribuiu para a captura de valor com a carne produzida pelo gado da Fazenda Montana.

“A indústria evoluiu bastante, a Fazenda Montana também. Com sua limpeza de pasto, a sua maior abertura e agora com a implantação das tecnologias de suplementação a pasto, já de dois anos para cá as boiadas mudaram bastante seu padrão de qualidade, estão ingressando nos protocolos, nos nossos produtos de valor agregado […]. Então a fazenda evoluiu junto com a indústria em busca dessa carne de melhor qualidade, deste nicho de mercado, que a cada dia está mais exigente, mas que também, junto com a exigência, está trazendo oportunidades para todos na cadeia”, salientou o gerente regional de originação da Friboi Rogério Couto Lima.